Caso Queiroz deixou Bolsonaro acuado, diz cientista político
“Ele não vai se moderar, é um extremista, então se esconder é uma estratégia”, afirma Cláudio Couto sobre o comportamento político do presidente
Publicado 29/06/2020 - 10h09
São Paulo – A prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, no último dia 18, fez o presidente Jair Bolsonaro ficar acuado e reduzir suas aparições públicas. Para o cientista político Cláudio Couto, isso não é sinal de moderação, mas uma estratégia.
“Ele não é uma pessoa moderada, Bolsonaro está acuado por conta da situação do Queiroz. Ele não vai se moderar, é um extremista, então se esconder é uma estratégia”, afirmou ao jornalista Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual, nesta segunda-feira (29).
A pesquisa feita pelo instituto Datafolha e divulgada na última sexta-feira (26), mostra que o presidente manteve sua aprovação em 32%, o mesmo índice do fim de maio (33%). A rejeição ao governo é de 44%, enquanto os que avaliam Bolsonaro como regular estacionaram nos 23%.
Couto afirma que Bolsonaro tem uma resiliência com um terço do eleitorado, que tem apoiadores firmes. “Ao olhar com mais detalhe nos dados, o grupo que apoia Bolsonaro não é o mesmo, pois os setores de média renda e de alta escolaridade abandonaram o presidente da República, enquanto ele ganhou mais apoio da classe de baixa renda, principal beneficiada do auxilio emergencial”, acrescentou.
Fabrício Queiroz é considerado um problema político para Bolsonaro. O ex-assessor de Flávio foi preso na casa de Frederick Wassef, advogado do presidente e também de seu filho. Wassef tinha trânsito livre no Palácio do Planalto.
À Revista Veja, Wassef disse que blindou Queiroz de assassinato, que teria o o objetivo de prejudicar Jair Bolsonaro. “Quanto mais ele fala, mais ele se enrola e prejudica mais a família Bolsonaro. Então, a gente não sabe se ele tá dando recado ao presidente e ameaçando colocar fogo no parquinho”, afirmou o cientista político.