'tem que travar tudo'

Jilmar Tatto: ‘Todas as medidas de Bolsonaro são para que mais pessoas morram’

Segundo candidato do PT à prefeitura de São Paulo, o combate à pandemia exige “um comitê permanente de guerra”, articulando secretários de governo, empresários, sociedade civil e trabalhadores

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“Se as autoridades sanitárias determinarem que precisa travar tudo, tem que travar", diz Tatto.

São Paulo – Definido no último fim de semana como candidato à prefeitura de São Paulo pelo PT, Jilmar Tatto, ex-deputado federal e ex-secretário municipal nas gestões de Fernando Haddad e Marta Suplicy, afirma acreditar que em algum momento as autoridades do estado e do município precisarão “travar tudo”,  para aumentar a taxa de isolamento da população paulista e a eficácia do combate à disseminação do coronavírus. “Acho eu que vai ter que travar tudo. A medida dos feriados pode dar certo, mas depois volta tudo ao normal”, disse, em entrevista à Rádio Brasil Atual, nesta terça-feira (19)

O atual prefeito paulistano, Bruno Covas (PSDB), sancionou, também nesta terça (19), a lei que antecipa feriados para incentivar o isolamento. O governador João Doria (PSDB) também estuda a antecipação do feriado de 9 de julho.

“Se as autoridades sanitárias determinarem que precisa travar tudo, tem que travar”, diz Tatto. “Para isso, tem que ter decisão política. Estamos em época de guerra. Não é uma gripezinha, e eles não estão tendo coordenação suficiente.”

Segundo ele, o combate à pandemia exige “um comitê permanente de guerra”, articulando secretários de governo, empresários, sociedade civil e trabalhadores, para permitir que a  a população possa ficar em casa com plenas condições.

“Torço para que dê certo, não sou daqueles do ‘quanto pior melhor’”, disse Tatto sobre a antecipação de feriados. Na cidade e no estado de São Paulo, acrescentou, “a gente torce para que eles acertem”. Já no plano federal, a avaliação é diferente. “Não podemos contar com Bolsonaro. Todas as medidas dele são para que mais pessoas morram, saiam de casa, indo contra a ciência e autoridades sanitárias. Esse tem que sair”, defendeu.

Cenário eleitoral

Tatto comentou as eleições de 2020, que podem ser adiadas para dezembro devido à pandemia. Sobre a possibilidade de haver unidade no campo progressista para a disputa em São Paulo, o petista afirmou que o diálogo deve existir, mas admitiu dificuldades, já que “cada partido tem sua lógica”.

No último fim de semana, o deputado federal Marcelo Freixo (Psol) abriu mão de sua candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro, fazendo um apelo de unidade dos partidos progressistas. Segundo ele, a união dos partidos de oposição ao governo federal é fundamental em todo o país para enfrentar a ameaça do fascismo representado pelo governo Bolsonaro.

Na entrevista à rádio, Tatto criticou as medidas adotadas até agora em São Paulo para incentivar o isolamento. A redução da frota de ônibus em 50% foi equivocada, disse. Outra medida que não deu resultado, segundo ele, foi o rodízio de automóveis implementado pelo prefeito Bruno Covas. “Prejudicou a população, e do ponto de vista da pandemia não teve efeito nenhum. Temos que discutir como salvar vidas”, disse Tatto.


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