Favorecimento a Bolsonaro

Eleição de 2018 foi ‘fraude completa’, diz advogado

“Nossa democracia está por um triz. Não temos instituições fortes como dizem existir”, pontua integrante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) Marcelo Uchôa

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Por um triz: Bolsonaro afronta as instituições e ameaça a democracia

São Paulo – A “proteção” dada pela Polícia Federal (PF) à candidatura de Jair Bolsonaro, ao adiar operação contra o seu filho e senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), é mais uma para o hall de ilegalidades cometidas durante o período eleitoral que favoreceram a chegada do atual presidente ao poder. Segundo o advogado Marcelo Uchôa, integrante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), as eleições de 2018 foram “uma fraude completa”.

Além da interferência da PF, denunciada pelo empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio, a série de ilegalidades cometidas vai da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao vazamento, pelo então juiz Sergio Moro, da delação do ex-ministro Antonio Palocci, com o intuito de prejudicar a candidatura petista de Fernando Haddad. Passa também pelos disparos em massa de notícias falsas – fake news – no WhatsApp, esquema financiado por empresários bolsonaristas.

Segundo Uchôa, a melhor saída seria a cassação da chapa Bolsonaro/Mourão, com a realização de novas eleições. “Nossa democracia está por um triz. Não temos instituições fortes como dizem existir”, afirmou o advogado em entrevista a Marilu Cabañas e Glauco Faria, ao Jornal Brasil Atual, nesta terça (19).

O mais grave, segundo ele, é que o delegado que teria protegido as candidaturas da família Bolsonaro é Alexandre Ramagem, que chegou a ser escolhido pelo presidente como diretor-chefe da PF, mas teve sua nomeação barrada pelo Supremo Tribunal Federal.

O advogado afirma que o enfraquecimento das instituições está relacionado com o golpe do impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. E se aprofunda, agora, com Bolsonaro, que participa de manifestações pelo fechamento do Congresso Nacional e do STF.

Confira a entrevista abaixo