caos na saúde

Despedida de Teich foi breve como seu mandato. ‘Achei que poderia ajudar o Brasil’

Segundo ministro da Saúde a deixar o governo durante a pandemia do novo coronavírus, Teich também contrariou Bolsonaro em temas como isolamento e cloroquina

Marcelo Casal Jr/Agencia Brasil
Marcelo Casal Jr/Agencia Brasil
Teich: "Não aceitei o convite pelo cargo. Aceitei porque achei que poderia ajudar o Brasil, ajudar as pessoas"

São Paulo –  Nelson Teich deu curta entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (15) para comentar sobre sua saída do Ministério da Saúde, menos de 30 dias após assumir o cargo, em substituição a Luiz Henrique Mandetta. “Não aceitei o convite pelo cargo. Aceitei porque achei que poderia ajudar o Brasil, ajudar as pessoas”, afirmou.

Sem entrar em detalhes, embora mais falante do que se mostrou durante todo o seu mandato, Teich disse que “a vida é feita de escolhas”, e que “escolheu sair (…)”. “Não é uma coisa simples estar à frente de um ministério como esse nesse período tão difícil”, acrescentou.

Teich disse, por mais de uma vez, que trabalhou para pactuar com secretários de estados e municípios um plano de ação contra o novo coronavírus. O agora ex-ministro, também disse que medidas mais duras de isolamento (lockdown) poderiam ser necessárias; algo que Bolsonaro é radicalmente contra.

Jair Bolsonaro perde o segundo ministro da Saúde em meio à pandemia do novo coronavírus. Ao insistir em seu posicionamento contra ações de combate à disseminação da doença, o presidente estimula que as pessoas devem deixar o isolamento social, medida comprovada pela ciência como única eficaz neste momento.

Além disso, Bolsonaro, que não é médico, persiste em “receitar” amplamente um medicamento, a cloroquina (hidroxicloroquina). Como o medicamento ainda mão tem comprovação científica de eficácia, além de poder provocar efeitos colaterais graves, os dois ministros de Bolsonaro, Mandetta e Teich, rejeitaram seu amplo uso, contrariando o presidente.

Bolsonaro também trava um embate com governadores e prefeitos, que trabalham para conter a pandemia, enquanto o presidente ridiculariza a doença. Mais uma divergência clara nas entrelinhas do breve discurso de saída do ministro. “Deixo um plano para auxiliar prefeitos e governadores, secretários, para definir próximos passos. Entregamos pontos para serem avaliados, itens críticos”, completou.


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