Desbaratados

Ação da PF reduz em pelo menos 10% atuação de ‘robôs’ bolsonaristas no Twitter

Queda chega a até 40,8%, na comparação com “picos” de atividade registrados anteriormente, segundo levantamento da consultoria AP Exata

Marcos Corrêa/PR
Marcos Corrêa/PR
Com menos robôs, deputados bolsonaristas e os filhos do presidente comandaram os ataques virtuais ao ministro Alexandre de Moraes

São Paulo – As atividades dos “robôs” que atuam em favor do presidente Jair Bolsonaro no Twitter foram abaladas, depois das ações desencadeadas nesta quarta-feira (27) pela Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF). Os alvos das fake news disseminadas pelo chamado “gabinete do ódio” seriam a própria Corte e seus ministros.

Com a apreensão de computadores e celulares de políticos, empresários e blogueiros, as ações desses perfis falsos caíram pelo menos 10% em relação à média histórica.

Segundo a consultoria AP Exata, a queda chega a até 40,8%, na comparação com períodos de “pico” registrados em períodos recentes. As informações foram publicadas nesta sexta-feira (29) pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.

Com a desmobilização de parte dos robôs, deputados bolsonaristas e os filhos do presidente passaram a atuar de forma “mais orgânica” nas redes. O alvo principal dos ataques foi o ministro Alexandre de Moraes, que comanda o inquérito. Ainda assim, naquele dia, as menções negativas (53%) a Bolsonaro superaram as positivas (47%).

Bloqueios

No mesmo dia das ações da PF, Moraes também determinou o bloqueio dos perfis dos envolvidos na investigação, como o ex-deputado-federal Roberto Jefferson, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP), o empresário Luciano Hang, dono da Havan, e os blogueiros Allan dos Santos e Sara Winter. A decisão judicial, no entanto, ainda não foi cumprida pelo Twitter, e esses perfis continuam ativos.

Além de solicitar o bloqueio desses 17 perfis, Moraes também cobrou a identificação dos usuários @bolsoneas, @ patriotas e @taoquei1, que integram a milícia virtual. Pediu, ainda, que o Twitter preserve as postagens de deputados federais e estaduais da base de Bolsonaro, como Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF).