Contra a pobreza

Congresso impõe derrota a Bolsonaro e derruba veto sobre pagamento de BPC

Com voto de deputados e senadores, limite para acesso ao benefício sobe de um quarto para meio salário mínimo

Roque de Sá/Agência Senado
Roque de Sá/Agência Senado
Processo que define a destinação dos recursos públicos no Brasil é ignorado pela população que paga os impostos

São Paulo – O governo Bolsonaro sofreu derrotas em duas votações seguidas, nesta quarta-feira (11), no Congresso Nacional. Ao analisar veto presidencial ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 55/1996, tanto o Senado como a Câmara aumentaram a faixa de acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC): a renda familiar per capita subiu de um quarto para meio salário mínimo (R$ 522,50, pelo atual piso). O governo tentava reduzir o acesso ao pagamento do BPC.

A primeira votação foi no plenário do Senado, onde o veto foi derrubado por 45 a 14. Em seguida, na Câmara, foram 302 deputados contra o veto e apenas 137 favoráveis. O pagamento do BPC é feito a idosos e pessoas com deficiência que não têm como se manter sozinhos ou contar com sustento da família.

O governo usou a Lei de Responsabilidade Fiscal para justificar o veto ao projeto, que ficou quase 20 anos parado na Câmara, depois de aprovação no Senado, em 1997. No final do ano passado, o Senado rejeitou mudanças feitas pelos deputados.

Excluídos e orçamento

“Criamos a lei que estabelece o critério de meio salário mínimo. O presidente da República veta e está dizendo que quem ganha R$ 250 têm condições de se manter. Este veto é um crime contra a população excluída deste país”, declarou a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). Já a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) afirmou que o projeto até então vetado ajuda “pessoas que vivem na miséria”.

“É tirar da condição de miséria extrema famílias que têm pessoas com deficiência e que estão em miséria extrema e moram em casas precárias e não estão tendo sequer ao Sistema Único de Saúde, a educação, a direitos, a medicamentos”, disse a deputada Maria do Rosário (PT-RS). “Porque tudo desde a Emenda Constitucional, aquele teto de gastos, começou a ser cortado da população”, acrescentou. “Não se trata só de derrotar o governo, aqui é o direito humano de pessoas com deficiência.”

Já o deputado governista Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro de Bolsonaro, disse que aumentar o limite do BPC “inviabiliza todo o orçamento”.

Com informações da Agência Senado


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