Brasil e a pandemia

Boaventura: ‘A luta urgente é impedir Bolsonaro de continuar no poder’

Para sociólogo português, presidente usa a crise “para destruir toda a lógica de proteção do trabalho, políticas sociais”

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'A luta importante é evitar que essa política siga adiante. A luta urgente é impedir Bolsonaro de continuar no poder', afirma sociólogo

São Paulo – Jair Bolsonaro “é um homem transtornado mentalmente”, que deve sair do poder o mais rapidamente possível, conclamou o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, professor aposentado da Faculdade de Economia e diretor emérito do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Em vídeo, ele afirmou que o Brasil tem dois problemas de saúde pública: a pandemia e o presidente.

Boaventura nota, no entanto, que a “loucura” de Bolsonaro não é indiscriminada: atende, segundo ele, aos “interesses econômicos das elites brasileiras”. Assim, o presidente busca aproveitar a crise “para destruir toda a lógica da proteção do trabalho, toda a lógica social, politicas sociais”.

Existem “duas lutas” a travar, afirma Boaventura. “A luta importante é evitar que essa política siga adiante. A luta urgente é impedir Bolsonaro de continuar no poder. As duas estão relacionadas”, diz o pesquisador.

Esquerda silenciosa

E depois?, questiona, citando as forças de esquerda, que para ele “têm estado perturbadoramente silenciosas neste caso, apesar dos panelaços”. Boaventura avalia que, no caso de o vice Hamilton Mourão assumir o poder, o objetivo do governo será “continuar a seguir as políticas de proteção dos interesses econômicos da burguesia, que puseram em primeiro lugar Bolsonaro no poder, e e aí tem que haver uma luta, obviamente”.

Nesse cenário, o país tem um problema econômico (Paulo Guedes) e um problema político (Sergio Moro). “São as lutas que é preciso travar”, diz ainda o sociólogo, que destaca o “bom exemplo” vindo dos governadores. Para ele, é preciso agir rápido para remover Bolsonaro “e toda a corja de máfia miliciana que está à volta dele e quer destruir o Brasil”.

O Centro de Estudos Sociais também adotou medidas para se adaptar à pandemia de covid-19. A maior parte das atividades é feita a distância. Segundo o CES, as instalações físicas estão fechadas para pessoal não essencial ao funcionamento da área de informática.

“A atividade letiva no âmbito dos programas de doutoramento está a ser reestruturada a partir de meios de comunicação online, através de diferentes plataformas que começam agora a ser utilizadas; os cursos de formação à distância decorrem e decorrerão como previsto, estando cursos novos em preparação e outros em conversão para funcionarem online”, diz o centro.


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