Acusados de assassinar Marielle e Anderson têm de ir a júri popular
Decisão foi de juiz da 4ª Vara Criminal do Rio. Para ele, há prova dos crimes. Defesa dos réus pode recorrer
Publicado 10/03/2020 - 19h02
São Paulo – O policial reformado Ronnie Lessa e o ex-policial Elcio Queiroz, acusados pela morte da vereadora carioca Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, irão a júri popular. A decisão foi proferida nesta terça-feira (10) pelo juiz Gustavo Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. Cabe recurso.
Os réus respondem por homicídio triplamente qualificado. Segundo Kalil, a qualificação de homicídio doloso – quando existe intenção de matar – foi dada porque os dois agiram por motivo torpe, fizeram uma emboscada e dificultaram a defesa das vítimas. “No mérito, de início, quanto aos crimes dolosos contra a vida, há provas de materialidade dos dois crimes de homicídio consumado, em detrimento das vítimas fatais Marielle e Anderson”, declarou o juiz.
Ele manteve a prisão preventiva de Lessa e Queiroz – eles estão presos há um ano, em penitenciárias de segurança máxima. A defesa dos dois pediu absolvição, afirmando não haver indícios suficientes para apontá-los como autores do crime, que completará dois anos no próximo sábado (14).
O duplo assassinato ocorreu no bairro do Estácio, região central do Rio. Marielle havia saído de evento na Lapa, e o carro onde estava foi emparelhado com um veículo, do qual foram efetuados vários disparos, atingindo o motorista e uma assessora, que sobreviveu.
Passados quase dois anos de um crime que ainda repercute no Brasil e no exterior, a pergunta sobre os mandantes continua sem resposta.