Partidos de oposição pedem cassação de Flávio Bolsonaro

Pedido feito por PT, PSol e Rede tem como base relação de senador com “milícias, lavagem de dinheiro e desvio de verbas públicas” por meio das rachadinhas

AGÊNCIA SENADO
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São Paulo – Partidos de oposição protocolaram na manhã desta quarta-feira (19) no Conselho de Ética do Senado uma representação pedindo a cassação do mandato de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) por quebra do decoro parlamentar. Oito senadores e deputados federais estiveram no gabinete do presidente do conselho, senador Jayme Campos (DEM-MT), para oficializar o pedido. “Acabamos de entregar o pedido de cassação do Flávio Bolsonaro no Conselho de Ética do Senado por suas relações com as milícias, lavagem de dinheiro e desvio de verbas públicas através das rachadinhas. A proposta é de parlamentares do Psol, PT e Rede”, disse, por meio de seu perfil no Twitter, o deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ).

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), também comentou o pedido de cassação em rede social. “Não se pode usar o cargo no Senado para atrapalhar investigações”, disse, referindo-se ao parlamentar fluminense.

Ontem, o senador divulgou um vídeo de um cadáver em suposta análise pericial, afirmando ser do miliciano morto Adriano da Nóbrega. “Perícia da Bahia (governo PT) diz não ser possível afirmar se Adriano foi torturado. Foram 7 costelas quebradas, coronhada na cabeça, queimadura com ferro quente no peito, dois tiros a queima-roupa (um na garganta de baixo p/ cima e outro no tórax, que perfurou coração e pulmões”, postou o parlamentar.

O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, rebateu dizendo que a publicação de Flávio Bolsonaro tem o objetivo de questionar um trabalho em andamento. O vídeo não teve a autenticidade reconhecida nem pela perícia da Bahia e tampouco pela perícia do Rio de Janeiro. “Temos ainda outras perícias a serem realizadas, oitivas que estão sendo feitas pela autoridade policial”, apontou Barbosa.

“É um absurdo que Flávio Bolsonaro poste vídeo do corpo de Adriano da Nóbrega durante autópsia. O art. 212 do código penal prevê o crime de vilipêndio a cadáver. A quem interessa ver essas imagens? Nada justifica este desrespeito”, disse a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).