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‘Que cada qual cumpra o seu dever, para termos dias melhores’, diz ministro Marco Aurélio

Para o magistrado, expectativa quanto à atuação do governo deve ser depositada no próprio Executivo: “É o governo que nós temos”

Carlos Moura/STF
Carlos Moura/STF
“Não julgo quem quer que seja, considerando 2019, mas espero que todos cumpram o dever em 2020"

São Paulo – O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, espera para 2020 “que cada qual cumpra o seu dever, para termos dias melhores, com pureza d’alma e fidelidade de propostas”. O magistrado diz preferir não mencionar pessoas em particular, em relação ao ano de 2019.

“Não julgo quem quer que seja, considerando 2019, mas espero que todos cumpram o dever em 2020. Eu tenho esperança em todos, considerado o presente ano”, diz, à RBA.

Para Marco Aurélio, independentemente de autoridades individuais, a expectativa por dias dias melhores, do ponto de vista da atuação do governo, deve ser depositada nele. “É o governo que nós temos.”

Na opinião do ministro, apesar das análises negativas da situação do país, as instituições estão funcionando. “Está funcionando a polícia, especialmente a Polícia Federal, a polícia civil em geral, as polícias militares, o Ministério Público e o Judiciário. Nós não podemos querer mais.”

Suspeição de Moro

Um dos julgamentos esperados para o início de ano, em fevereiro, já está com risco de adiamento. O pedido de suspeição do ex-juiz Sergio Moro está na pauta da Segunda Turma do STF e o julgamento foi interrompido no ano passado. A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pede por meio de habeas corpus a anulação das condenações proferidas pelo atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro por falta de imparcialidade para atuar.

Os indícios contidos nas conversas reveladas pelo The Intercept Brasil ao longo do ano passado reforçam essa interpretação que a defesa de Lula já manifestava desde o início dos processos.

A Segunda Turma é composta pelos ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia (ambos já votaram contra o pedido), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Como este último acaba de passar por cirurgia e deve ficar afastado por algumas semanas, a decisão só deve ser retomada depois.

Celso de Mello completa 75 anos em novembro deste ano e será substituído pelo primeiro integrante do STF a ser indicado pelo governo Bolsonaro. O próprio Moro, além de nomes como o juiz Marcelo Brettas e o procurador Deltan Dallagnol, “terrivelmente evangélicos”, como chegou a dizer Bolsonaro sobre suas preferências, já foram citados.

Em 2021, será a vez de Marco Aurélio Mello alcançar a idade para a aposentadoria compulsória.

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