Reação

Gleisi: sem mobilização, todas as medidas do governo vão passar no Congresso

Segundo ela, enquanto Bolsonaro segue "alimentando o discurso de raiva, Paulo Guedes e o Congresso colocam em curso a agenda neoliberal mais perversa que o país já viu"

Paulo Pinto/FotosPublicas.com
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Presidenta do PT com sindicalistas do Brasil, Argentina e Chile: união de todos que sejam contra o 'desmonte do Estado'

São Paulo – Durante encontro de centrais e movimentos sociais para discutir propostas para a economia, hoje (18), a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), destacou a importância de uma articulação maior no Congresso para barrar outros projetos “duros” que o governo irá apresentar. “Se não tiver medidas de enfrentamento, todas as medidas lá vão passar”, alertou. “O que está por vir é muito pesado”, disse Gleisi, chamando a atenção para um “pacote fiscal” elaborado pela equipe econômica. Também estavam presentes ao ato das centrais os ex-ministros Aloizio Mercadante e Gilberto Carvalho.

Ela citou ainda a apresentação de um projeto pelo senador José Serra (PSDB-SP) que mexe com o regime de partilha na área do pré-sal e admite o uso do regime de concessão simples. Pela proposta, a Petrobras também perderia o direito de exercer a preferência por áreas. “Se isso acontecer, é uma tragédia para nós”, afirmou Gleisi, referindo-se à troca do sistema de partilha pelo de concessão. “Não vai ficar nenhuma riqueza para a União.”

Além do PT, PCdoB, PDT, PSB e Psol reuniram 15 pontos, a partir de consultas feita pela liderança da Minoria na Câmara, e elaboraram um Plano Emergencial de Emprego e Renda. Aos 15 itens reunidos pelas legendas se juntam propostas feitas pelas centrais, com o objetivo de apresentar um conjunto de medidas que se contraponham à atual política econômica. Segundo Gleisi, enquanto Jair Bolsonaro continua “alimentando o discurso de raiva, Paulo Guedes e o Congresso Nacional colocam em curso a agenda neoliberal mais perversa que o país já viu”.

Aproveitando a presença de uma sindicalista da CUT chilena no encontro, a presidenta do PT afirmou que o atual ministro da Economia “esteve no Chile de Pinochet fazendo estágio”. Ela defendeu a Constituição brasileira e progressos obtidos nos governo Lula e Dilma. “A Constituição brasileira avança sobretudo no modelo de desenvolvimento econômico, inclusivo e de proteção social. Estávamos construindo um primeiro degrau de proteção, de Estado de bem-estar social. Estamos vendo o Estado brasileiro sendo desmontado.”

Agora, o objetivo é reunir “o conjunto de projetos de lei e emendas das bancadas progressistas”, levando em consideração as propostas da centrais. E reunir, segundo Gleisi, “setores mesmo que não sejam de oposição, mas que sejam contra o desmonte do Estado”. Ela citou itens como retomada de obras e do programa Minha Casa Minha Vida, aumento real para o salário mínimo (com um “bônus” de 5% neste final de ano), ampliação do Bolsa Família, com correção pela inflação, garantia de conteúdo local nas cadeias produtivas, renegociação de dívidas a juros menores, fim das privatizações e criação de um programa emergencial, o Empregos Já. Essa retomada, afirmou, passa por aumento dos investimentos públicos.

 

 

 

 

 

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