No dia do crime

Casa de Bolsonaro teria sido a única visitada pelo réu no caso Marielle

Segundo planilha manuscrita obtida pela Folha de S.Paulo, alguém da casa 58, onde vivia Jair Bolsonaro, autorizou a entrada de Élcio Queiroz em 14 de março

Agência Brasil
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Bolsonaro, que veio mais cedo de Brasília no dia do crime, teria sido o único a receber visita de Élcio Queiroz

São Paulo – Réu no caso Marielle Franco, o ex-policial militar Élcio Queiroz, acusado de participar do assassinato da vereadora do Psol e de seu motorista Anderson Gomes, foi ao condomínio Vivendas da Barra no dia do crime, 14 de março de 2018, exclusivamente para visitar a casa de número 58 – imóvel em que morava Jair Bolsonaro.

É o que mostra reportagem da Folha de S.Paulo publicada hoje (16). O jornal teve acesso a planilhas de acesso ao condomínio, preenchidas à mão, que estão sendo analisadas pela polícia. As anotações indicam que ao longo de 2018, Élcio sempre visitou o outro réu,  Ronnie Lessa, exceto no dia do crime.

A casa de Bolsonaro passou a ser investigada há um mês, quando um dos porteiros afirmou que o “seu Jair” teria autorizado a entrada na casa. A menção ao presidente havia sido desconsiderada pelos investigadores no início da apuração do caso. Isso porque o então deputado federal estaria na Câmara, em Brasília. E também porque a perícia do Ministério Público em gravação da portaria autorização da entrada de Élcio por Ronnie Lessa.

Nesta quarta-feira (13), veio à tona que o então deputado federal Bolsonaro teria voltado mais cedo para casa. Um tuíte da jornalista Thais Bilenky, de 14 de março de 2018, revelado pelo advogado Eduardo Goldenberg, informava que naquele dia – do assassinato de Marielle e Anderson – o parlamentar teve “intoxicação alimentar” e voltou mais cedo para o Rio de Janeiro.

No dia 1º de novembro, a promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, que atuava na ação penal relativa aos assassinatos,  pediu afastamento do caso. A decisão foi tomada após repercussão negativa de imagens e posts em redes sociais que evidenciam seu apoio ao então candidato Jair Bolsonaro. Além de ser defendida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a própria servidora divulgou carta aberta, alegando liberdade de expressão e afirmando que “jamais atuei sob qualquer influência política ou ideológica”.

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