Solidariedade

Comitê faz campanha de arrecadação para movimento por Lula livre

Comitê organizador lançou programa de doações para manutenção das atividades de comunicação, organização e mobilização por justiça e liberdade para o ex-presidente

Reprodução/Twitter
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Campanha pela libertação de Lula está diretamente relacionada à justiça para todo povo brasileiro

São Paulo – A liberdade de Lula e a luta por soberania para o Brasil, por justiça e em defesa dos direitos e da democracia que vêm sendo atacados desde o golpe de 2016 é direta. E sob o governo Bolsonaro, com a cumplicidade da mídia, esse cenário de destruição do Estado brasileiro se agrava. Com esses argumentos, o Comitê Nacional Lula Livre – Justiça para Lula – Justiça para o Brasil – lançou nova campanha de doações com objetivo de dar continuidade ao trabalho do comitê.

Segundo os organizadores, o financiamento coletivo tem sido um dos grandes responsáveis por esse período de resistência em movimentos desde a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 7 de abril do ano passado. O período coincide com o retorno de milhões de pessoas para situação pobreza extrema, retirada de recursos da educação e da saúde, aumento do desemprego , do subemprego e do trabalho precário para milhões de famílias, ações de desmantelamento do Estado e da soberania, com o controle de setores estratégicos para o crescimento sendo entregue a preço de banana para estrangeiros.


Nesta quarta, dia em que nova pesquisa do IBGE revelou que o país tem 52,5 milhões de pessoas vivendo na chamada linha da pobreza, com menos de R$ 420 per capita por mês, o Instituto Lula divulgou vídeo que lembra premiação de Lula, em 2011, por sua gestão no combate à fome:


Retirado das eleições vencidas por Jair Bolsonaro, Lula viu o ex-juiz Sergio Moro, que o condenou sem provas, transformar-se em ministro da Justiça. No poder, Bolsonaro retrocede à lógica econômica neoliberal que levou o Brasil à falência na década de 1990, que tira recursos dos mais pobres e aumenta a riqueza do 1% mais privilegiado.

Preso há 578 dias, Lula acompanha tudo isso de sua cela, na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, entre assolado e indignado. Em diversas entrevistas, o presidente, que deixou o governo aprovado por 86% da população, tem reiterado: quer a justiça e a liberdade para que possa voltar às ruas. “Não tem jeito. Vou conversar e vou chamar o povo a lutar contra essa entrega que eles estão fazendo”, afirmou ao Brasil de Fato. “Se o prejuízo que eu causar à minha vida for lutar pelo povo brasileiro, é a única coisa que eu aprendi a fazer. E hoje eu estou, diria, mais preparado, mais motivado, porque sei que a gente pode ser infinitamente melhor do que eles para cuidar desse país e do povo.”

Mais democracia, não menos

O programa de doação solidária lançado na segunda-feira (4) tem por objetivo angariar recursos que ajudem a manter as atividades de organização, comunicação e mobilização pela liberdade de Lula. “Contra todo o peso das mentiras, armações e ilegalidade, Lula só pode contar com o peso da solidariedade”, diz o comunicado da campanha.

A doação pode ser feita por meio da Plataforma Vindi e os planos variam em seis faixas, entre R$ 25 e R$ 1.000. O sistema de doação recorrente funciona como uma assinatura de serviço. A cada mês, o valor escolhido é debitado da fatura do cartão de crédito, sem comprometer o limite, e pode ser cancelado a qualquer momento.

“A luta por justiça é uma causa de todos que têm compromisso com a democracia”, afirma o comitê, composto por cerca de 80 entidades, partidos políticos e movimentos sociais.

Com os valores arrecadados são produzidos materiais de informação com objetivo de furar o bloqueio do imprensa comercial. São ainda organizados eventos, como festivais de música, aulas públicas, debates e manifestações; além da mobilização diária nas ruas, para debater com a população, no Brasil e no mundo, sobre a prisão política de Lula e a importância da sua liberdade para o povo brasileiro.

“A campanha vai continuar até que todos os seus processos sejam anulados”, afirma o comitê. “Se Lula for solto com a possível decisão sobre prisão após a segunda instância, ainda haverá outros casos. Por isso, enquanto não houver a anulação da farsa montada contra o ex-presidente, a campanha vai continuar.”