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EUA negam apoio à entrada do Brasil na OCDE, anunciado por Bolsonaro em março

Donald Trump havia endossado publicamente o apoio; agora, secretário nega e diz apoiar apenas a Argentina e a Romênia

Alan Santos/PR
Alan Santos/PR
Político brasileiro extremista utilizava tal apoio como capital político, que agora se desfaz

São Paulo – Em março, após visita ao presidente estadunidense Donald Trump, Jair Bolsonaro anunciou o apoio dos Estados Unidos à entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Hoje (10), a Casa Branca negou. O secretário de Estado Mike Pompeo ainda afirmou que o país apoia apenas a Argentina e a Romênia.

Pompeo contradiz o presidente brasileiro e também o próprio Trump. Em julho, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, havia reiterado o apoio em visita a São Paulo. O pedido do Brasil para ingressar na OCDE aconteceu em maio de 2017.

O anúncio de hoje veio por carta, na qual Pompeo reforça que apoia a ampliação gradual do grupo de 36 países. A sede da OCDE fica em Paris, capital do país presidido por um dos desafetos de Bolsonaro, Emmanuel Macron. “Os EUA continuam a preferir a ampliação a um ritmo contido que leve em conta a necessidade de pressionar por planos de governança e sucessão”, afirmou o secretário.

A organização tem como objetivo ampliar iniciativas do capitalismo de mercado, com alto viés ideológico neoliberal, base do pensamento econômico do núcleo bolsonarista capitaneado pelo ministro Paulo Guedes. O presidente brasileiro utilizava tal apoio como capital político, que agora se desfaz.

De acordo com a agência internacional de notícias voltadas ao mercado Bloomberg, uma autoridade sênior dos Estados Unidos disse que o apoio à Argentina e à Romênia está relacionado às reformas liberais promovidas por estes países. Reformas responsáveis, em parte, por levar a Argentina ao colapso financeiro e social, com ampliação da pobreza e do desemprego, além de índices de inflação que superam os 50% ao ano.

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