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STF determina que Bolsonaro se explique sobre bloqueio a jornalista no Twitter

Ministra Cármen Lúcia, relatora do caso, quer que presidente se manifeste sobre mandado de segurança antes da análise do pedido de concessão de liminar

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William: 'Uma autoridade não pode usar uma função que silencie a participação de cidadãos nos debates públicos que propõe'

São Paulo – A ministra Cármen Lúcia, relatora do mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o bloqueio no Twitter do jornalista e ativista LGBT William De Lucca por parte de Jair Bolsonaro (PSL), pediu que o presidente se manifeste sobre o mandado antes da análise da concessão do pedido de liminar. Segundo o despacho, a manifestação do presidente é imprescindível “pela relevância das questões postas na presente ação”. Bolsonaro tem 10 dias para explicar porque bloquear jornalistas no Twitter não é um abuso e um ato ilegal.

Segundo o advogado do caso, Antonio Carlos Carvalho, o despacho da ministra era um procedimento possível no caso. “A ministra fez um ótimo resumo do caso no despacho e já se atentou para a importância dessa discussão. Esperamos que o STF restabeleça a justiça nesse caso, e que determine que a liberdade de expressão seja respeitada por qualquer brasileiro, principalmente o Presidente da República”, afirmou.

Para o jornalista, que foi bloqueado nas redes sociais por discordar do presidente, é fundamental que o Supremo analise o caso e se manifeste contra mais um ato autoritário de Bolsonaro.

“Uma autoridade não pode usar uma função que silencie a participação de cidadãos nos debates públicos que propõe, porque isso é autoritário e antidemocrático. É preciso que as instituições funcionem no sentido de frear estes arroubos de Bolsonaro contra as liberdades, seja em casos como este ou em situações que impactam um maior número de pessoas”, disse De Lucca.

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