mobilização

Greve Global pelo Clima é fundamental para pressionar governos a cumprir acordos

Professor do Departamento de Geografia da USP também considera correto veto da ONU a discurso do Brasil: Bolsonaro não tem nada a dizer sobre o assunto

#404 Comunicación Popular/Twitter
#404 Comunicación Popular/Twitter
Defesa da Amazônia é uma das pautas da Greve Global pelo Clima, junto com a manutenção e ampliação dos acordos de preservação do meio ambiente

São Paulo – Para o professor do Departamento de Geografia da USP e do programa de pós-graduação em Ciência Ambiental, Wagner Ribeiro, as mobilizações da Greve Global pelo Clima, que ocorrem hoje (20), em centenas de cidades pelo mundo, são fundamentais para pressionar os governos a garantir o cumprimento de metas do Acordo de Paris e o estabelecimento de novos objetivos para combater as mudanças climáticas. “A ONU tem clareza que as metas do acordo de Paris, de 2015, mesmo que sejam cumpridas, elas já são insuficientes para evitar que o aquecimento global ultrapasse 1,5 grau, que é justamente o limite sobre o qual nós conseguimos sofrer menos com o aquecimento global”, disse Ribeiro.

Em entrevista aos jornalistas Marilu Cabanas e Glauco Faria no Jornal Brasil Atual, Ribeiro destacou que o governo de Jair Bolsonaro tem ignorado os compromissos assinados pelo Brasil e que o veto da ONU ao país discursar na Cúpula do Clima é mais uma vergonha internacional. “Bolsonaro não tem nada a dizer sobre o assunto, não foi convidado para essa festa. Isso é lamentável. O Brasil sempre teve um protagonismo muito importante no próprio acordo de Paris. Tudo isso mostra o retrocesso que nós estamos vivendo”, afirmou.

As metas gerais do Brasil no Acordo de Paris são recuperar 12 milhões de hectares de matas; elevar em cerca de 40% as matrizes limpas na produção de energia, estimulando a energia eólica e solar; e aumentar em 18% a participação dos agrocombustíveis no total consumido. “Elas estão sendo negligenciadas por esse governo”, disse o professor. No Brasil, as mobilizações da Greve Global pelo Clima protestam contra as ações do governo Bolsonaro e as queimadas na Amazônia.

Segundo Ribeiro, é um mito afirmar que a preservação ambiental é um empecilho para o crescimento econômico e a criação de empregos. “Se nós pensarmos em resolver o problema de saneamento básico, acesso à água e, principalmente, coleta e tratamento de esgoto, que são pautas socioambientais, teremos uma infinidade de empregos sendo gerados para isso. Todo o envolvimento dos catadores para coleta e reciclagem de material também gera muita atividade econômica. A recuperação de rios, o reflorestamento, tudo isso gera muita atividade econômica. Não se está falando de nada de intocabilidade”, explicou.

Confira a entrevista completa:

Leia também

Últimas notícias