Hoje, às 22h, na TVT

Jandira Feghali: ‘Manter em 2020 a unidade com que enfrentamos a reforma da Previdência’

No "Entre Vistas", com Juca Kfouri, deputada defende união de forças progressistas agora, na defesa dos direitos, e nas eleições municipais, pela reconstrução democrática

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Deputada fala no programa sobre a vida e também sobre a formação em Medicina e gosto pela bateria

São Paulo – A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) é a entrevistada do jornalista Juca Kfouri no Entre Vistas desta quinta-feira (25), na TVT. Líder da Minoria na Câmara, a parlamentar fala não apenas sobre política, mas de aspectos menos conhecidos do seu perfil. Formada em Medicina, ela também toca bateria. Para Jandira, as próximas eleições serão decisivas para o país retomar o caminho da democracia.

“As eleições de 2020 vão exigir muita sapiência. Devemos buscar unidade das forças progressistas. Não podemos raciocinar de forma estreita, sectária”, diz.  A união das forças progressistas é essencial num momento em que “a democracia está em risco e maculada”. Ela acredita um projeto comum deve ter no horizonte a construção de um “Estado nacional democrático”.

Jandira Feghali comenta que a unificação das forças de centro-esquerda no Congresso Nacional, apesar de algumas dissidências, conseguiu evitar prejuízos maiores à sociedade com a “reforma” da Previdência aprovada em primeiro turno na Câmara. “Com isso, reduzimos danos e tiramos o coração da reforma, que era a capitalização, o principal objetivo de Paulo Guedes. Até mesmo parte do centro não aceitou danos como alterações no BPC (Benefício de Prestação Continuada) e aposentadoria rural.” Na opinião de Jandira, com exceção dos bancos, ninguém ganha com o texto aprovado.

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Minha Aposentadoria – Como fica?A deputada lembra que o atual modelo da Previdência foi atacado “com mentiras”, principalmente a de que a reforma é necessária porque a Previdência é deficitária. “É mentira que era deficitária. Foi superavitária até 2015. Por que passou a deficitária depois? Porque a economia parou”, diz.

Para o segundo turno, Jandira acredita que as mobilizações de movimentos sociais e centrais sindicais possam sensibilizar parlamentares para tentar minimizar ainda mais os efeitos antissociais da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019. Com a reforma da Previdência, acrescentou, “vão jogar os idosos pobres nas ruas de novo”. Na primeira votação, os deputados aprovaram o texto-base da reforma por 379 votos a 131.

Na entrevista, Jandira defende a instalação da CPMI das fake news, “ilegais, criminosas, que foram financiadas como muito dinheiro para (Bolsonaro) ganhar a eleição”. Até agora, o presidente da República “não apresentou nenhuma política para combater o desemprego”, que atinge mais de 13 milhões de brasileiros. Perguntada por Kfouri se poderia haver crime de responsabilidade em alguma atitude do chefe do Executivo, ela afirma que é justamente a CPMI que poderia apontar essa possibilidade.

Sergio Moro

Para Jandira, não adianta o atual ministro da Justiça, Sergio Moro, ou o procurador Deltan Dallagnol falarem para prestar esclarecimentos no Congresso Nacional sobre o material divulgado pelo Intercept Brasil. Ela avalia que Moro não responde as questões ou responde com “quatro mantras” recorrentes.

O ex-juiz diz que o material divulgado é fruto de crime, é um ataque à Lava Jato, afirma não reconhecer a autenticidade das mensagens ou repete “não lembro”. Moro, acrescenta ela, aceitou o cargo de ministro de Bolsonaro “e cometeu crimes, em nome do combate à corrupção”. “Eu não chamo (as revelações do Intercept) de vazamento, chamo de divulgação.”

Como tem repetido, a deputada destacou que o processo desencadeado pela Operação Lava Jato que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão “não é uma questão só do Lula, mas da democracia”. Quanto à influência do encarceramento do petista nas eleições, ela destaca: “Lula foi abduzido do processo eleitoral”.

Embora o objetivo alegado da operação seja combater a corrupção, “não se fala da corrupção do mercado”. “O que se arrecadou com a Lava Jato não chega nem perto dos prejuízos gigantescos causados à economia brasileira.” Ainda sobre o sistema judiciário, ela também defende que seja adotado outro critério na indicação de ministros do Supremo Tribunal Federal. “Não pode ser indicação do Executivo.”

Juca Kfouri quis saber de Jandira o que é ser comunista. “Atuar pelo bem comum, pela liberdade e pelos que menos têm”, responde a deputada.

Participam do Entre Vistas o ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e ex-deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino e a jornalista Joanne Mota. O programa será exibido pela TVT, no canal aberto digital 44.1 na Grande São Paulo, no YouTube e na RBA, a partir das 22h desta quinta.

Assista à íntegra do Entre Vistas com Jandira Feghali: