lado certo da história

Vaza Jato ‘abre caminho para que se faça Justiça’, afirma Boulos em visita a Lula

Ao defender a inocência do ex-presidente e parcialidade do ministro Moro, ele afirmou: 'Não tem moral para falar de vazamentos nem de privacidade'

Eduardo Matysiak
Eduardo Matysiak
Boulos e Gleisi mostraram confiança de que o STF deve julgar Moro como parcial, o que anularia sua sentença contra Lula

São Paulo – Candidato do Psol à Presidência da República, o líder do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) Guilherme Boulos reencontrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em visita à sede da Polícia Federal, em Curitiba. “Não poderia ter presente melhor”, disse Boulos, que faz aniversário, 37 anos, nesta quarta-feira (19). Na conversa entre eles, ficou em foco o escândalo da Vaza Jato, que colocou em xeque a prisão do ex-presidente, ao revelar relações promíscuas entre o então juiz Sergio Moro e membros do Ministério Público.

“Sempre é bom ver provado o que falávamos e muitos não acreditavam. Diziam que era teoria da conspiração. ‘Moro é parcial, partidário’, dizíamos. Diziam que não, que houve outras instâncias, que também prenderam o Cunha (Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara). Agora, essas mesmas pessoas que diziam isso não abrem mais o bico. Agora está provado por a mais b. Moro teve gostinho de provar o próprio veneno. Não tem moral de falar de vazamento nem privacidade”, disse, enfatizando inocência de Lula.

Boulos falou sobre a presença de Moro na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, onde o ministro atacou os vazamentos e a imprensa ao se defender. “Moro vazou conversas confidenciais e ajudou a arquitetar um golpe neste país. Ajudou a alterar o resultado das eleições. Hoje estava igual um ratinho acuado. É bom quando a história mostra que estivemos do lado certo. Estamos entre aqueles que estivemos, desde o começo, do lado certo da história.”

Visita

“Agora, abre o caminho para que comecem a fazer Justiça”, definiu. O aniversariante ainda revelou que, ao se despedir de Lula, disse que espera encontrá-lo novamente semana que vem, em liberdade. “Me despedi do Lula falando que a próxima vez que nos encontrarmos será semana que vem. Se fizerem justiça, um julgamento sobre suspeição no STF, na terça-feira (25), será a libertação do Lula. Ele vai sair e comemorar aqui na vigília. Depois vamos para São Bernardo comer um churrasco, por conta da (Frente) Povo sem Medo.”

A presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), que também esteve com Lula, mencionou a importância do julgamento de terça-feira, quando o Supremo Tribunal Federal deve analisar um pedido da defesa de Lula que afirma a parcialidade e a suspeição de Moro. “Temos de mostrar para a população qual jogo foi jogado para tirar Lula da política. O presidente está tranquilo, dormindo o sono dos justos, com a certeza de sua inocência. Dia 25 temos um julgamento importante, que é da suspeição do Moro. O jogo dessa turma é duro, mas não podemos ter outra solução sem ser a absolvição do Lula. Temos que dizer aos quatro ventos que esse processo tem que ser anulado.”

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