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Defesa de Lula diz que novo vazamento de Moro é ‘estarrecedor, inimaginável e repugnante’

Advogados afirmam que vazamento mostra "o patrocínio estatal de uma perseguição pessoal e profissional ao ex-Presidente e aos advogados por ele constituídos"

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Situação do ministro Sergio Moro vai ficando mais complicada a cada novo vazamento do The Intercept

São Paulo – Os advogados de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificaram como “estarrecedor, inimaginável e repugnante” o conteúdo de novo vazamento do The Intercept, na noite de ontem, mostrando como o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro atuou declaradamente contra a defesa. As conversas se referem ao depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo relativo ao tríplex de Guarujá, em 10 de maio de 2017. Após a audiência, Moro provocou o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima para que divulgasse uma nota à imprensa para rebater o que ele denominou como “showzinho” da defesa de Lula na ocasião.

Confira nota dos advogados do ex-Presidente Lula

É estarrecedor constatar que o juiz da causa, após auxiliar os procuradores da Lava Jato a construir uma acusação artificial contra Lula, os tenha orientado a desconstruir a atuação da defesa técnica do ex-Presidente e a própria defesa pessoal por ele realizada durante seu interrogatório (10/05/2017). As novas mensagens reveladas ontem (14/06/2019) pelo “The Intercept”, para além de afastar qualquer dúvida de que o ex-juiz Sérgio Moro jamais teve um olhar imparcial em relação a Lula, mostram o patrocínio estatal de uma perseguição pessoal e profissional, respectivamente, ao ex-Presidente e aos advogados por ele constituídos.

É inimaginável dentro de um Estado de Direito que o Estado-juiz e o Estado-acusador se unam em um bloco monolítico para atacar o acusado e seus advogados com o objetivo de impor condenações a pessoa que sabem não ter praticado qualquer crime.

É repugnante, ainda, constatar que a campanha midiática ocorrida em maio de 2017 objetivando atacar a memória de D. Marisa Letícia Lula da Silva tenha sido tramada pela Lava Jato, como também revelam as mensagens do “The Intercept”.

Tais fatos, públicos e notórios, reforçam o que sempre defendemos nos processos e no comunicado encaminhado em julho de 2016 ao Comitê de Direitos Humanos da ONU: Lula é vítima de “lawfare” e o ataque aos seus advogados é uma das táticas utilizadas para essa prática nefasta.

Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins (15/06/2019)