Protesto

Adesão dos bancários à greve geral contra a ‘reforma’ atinge todas as regiões do país

Além de protestar contra o projeto do governo, trabalhadores do setor destacaram a importância dos bancos públicos para a economia e o desenvolvimento

Contraf-CUT
Contraf-CUT
Bancários interromperam atividades nos principais corredores e centros administrativos do setor

São Paulo – Bancários de todo o país aderiram à greve geral convocada pelas centrais sindicais para esta sexta-feira (14), segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). De acordo com a entidade, em todas a regiões ocorreram atrasos no início do expediente ou fechamento total de agências.

Além dos protestos contra o projeto do governo de “reforma” previdenciária, os trabalhadores do setor se manifestaram em defesa dos bancos públicos. “São o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste que financiam a agricultura familiar. Se eles forem privatizados, as taxas de juros e as tarifas serão maiores e o alimento vai chegar mais caro na nossa mesa. O mesmo acontece com a moradia. A Caixa (Econômica Federal) domina a carteira imobiliária. Caso seja privatizada, a aquisição da casa própria, que hoje já não é fácil, vai voltar a se tornar aquele sonho impossível”, afirmou a presidenta da confederação, Juvandia Moreira.

Ela também criticou decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que em julgamento na semana passada liberou a venda de subsidiárias de empresas públicas, sem necessidade de aval do Congresso. “Isso é um retrocesso para nossa soberania. O correto seria um plebiscito para perguntar aos verdadeiros donos, o povo brasileiro, se eles querem torrar o patrimônio nacional”, afirmou. “Empresas públicas, como a Caixa e o Banco do Brasil, são lucrativas. Não trazem prejuízo para a sociedade. Ao contrário, fornecem recursos para o Tesouro Nacional. Querem vender as operações de maior rentabilidade, que geram interesse no mercado. Aí os bancos públicos não terão condições de realizar as políticas que realizam”, acrescentou.

No caso da “reforma” em andamento no parlamento, ela enfatizou a necessidade de manter a mobilização. “Os bancários e os trabalhadores de uma forma geral compreenderam que precisam lutar para defender o direito de se aposentar”, disse Juvandia.

Na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a paralisação atingiu os principais corredores, como na Avenida Paulista e no centro da capital. Também foram interrompidos os serviços nas regiões do Tatuapé e São Miguel Paulista, na zona leste, Faria Lima (zona oeste), Voluntários da Pátria (Santana, zona norte) e também no calçadão de Osasco, na região metropolitana. Segundo o sindicato, o movimento atingiu ainda centros administrativos do Itaú, Santander e Bradesco.

“A greve, ao contrário do que a grande imprensa divulga, não foi um ato isolado, e sim uma resposta da população aos ataques aos direitos, tão duramente conquistados”, afirmou a presidenta do sindicato, Ivone Silva.

 

 

 

 

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