STF ao ataque

PF faz busca e apreensão em casa de militares que tentam intimidar STF

As ações foram ordenadas pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes. General Paulo Chagas é alvo

Arquivo pessoal/Twitter – Rosinei Coutinho/SCO/STF

Busca em casa de Chagas (detalhe) ocorre no esteio de um inquérito que apura fake news contra ministros do Supremo

Brasília – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou à Polícia Federal o cumprimento de mandados de busca e apreensão de documentos na residência de suspeitos de estarem por trás de divulgações críticas contra o tribunal, incluindo os demais ministros que compõem o colegiado, por meio de notícias falsas (fake news). Ainda não se sabe o total de suspeitos incluídos na lista e até agora, a Polícia Federal e o STF se pronunciaram. Sabe-se, porém, que o principal alvo, esta manhã (16,) foi o general da reserva Paulo Chagas, que há mais de um ano tem dado declarações duras sobre o Judiciário.

O general tem feito, nos últimos tempos, postagens sobre a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmado que se os ministros superiores decidirem pela soltura de Lula o tribunal ficará fragilizado, dentre outras postagens em tons mais ácidos. As declarações têm sido vistas por vários políticos, parlamentares e juristas como tentativa de inibir a atuação dos magistrados da mais alta Corte do país.

A busca e apreensão realizada na madrugada de hoje se deu pela divulgação, nos últimos dias, de que o empresário Marcelo Odebrecht teria juntado em um dos processos contra ele na Justiça Federal em Curitiba, documento no qual afirma que um personagem mencionado em e-mail como o “amigo do amigo do meu pai”, seria o atual presidente do STF, Dias Toffoli, que na época era advogado-geral da União.

Ontem, Alexandre de Moraes determinou ao site O Antagonista e à revista Crusoé a retirada do ar de reportagens e notas que citam o presidente da Corte, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 100 mil pelo descumprimento. Moraes também mandou a Polícia Federal ouvir os responsáveis pelo site e pela revista em até 72 horas.

O ministro é relator de um inquérito que foi aberto em março com o objetivo de apurar notícias fraudulentas que possam ferir a honra dos ministros ou vazamentos de informações sobre integrantes do STF. 

No seu Twitter, o general Paulo Chagas contou o episódio e ironizou que foi “honrado” com a ação de busca e apreensão na sua casa. Disse ainda: “Lamentei estar fora de Brasília e não poder recebê-los pessoalmente”.

REPRODUÇÃO
Em seu Twitter, Paulo Chagas costuma fazer críticas ao Supremo

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