sem moral

Início de Bolsonaro tem a pior avaliação entre os presidentes eleitos desde Collor

Segundo pesquisa Datafolha, 30% dos brasileiros consideram o governo de Jair ruim ou péssimo. Episódios desgastantes e contraditórios ao discurso de campanha derrubam popularidade

Marcos Corrêa/PR

Estudo também mostra que a população perdeu o otimismo com o governo Bolsonaro: 23% esperam um governo péssimo

São Paulo – Pesquisa Datafolha divulgada no domingo (7), aponta que, após três meses e prestes a completar 100 dias, Jair Bolsonaro (PSL) tem a pior avaliação para presidentes em início de primeiro mandato entre todos os presidentes eleitos desde 1990. Segundo a pesquisa, 30% dos brasileiros consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo. Já o percentual daqueles que consideram ótimo ou bom é de 32%. Outros 33% consideraram regular e 4% não souberam opinar.

De acordo com o instituto, nenhum dos presidente eleitos nos últimos 28 anos – considerando apenas o início de primeiro de mandato – teve uma avaliação tão negativa. Fernando Collor (1990-1992), por exemplo, era reprovado por 19% da população ao fim dos primeiros três meses do seu mandato. Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), por sua vez, registrou 16% de avaliação negativa. Já os petistas Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016) registraram reprovação de 10% e 7%, no início de seus primeiros mandatos, respectivamente.

O estudo também mostra que a população perdeu em parte o otimismo com o governo Bolsonaro. Antes da posse, 65% acreditavam que o presidente eleito faria um mandato bom ou ótimo, agora são 59%. Por outro lado, o índice de quem esperava um governo ruim ou péssimo subiu de 12%, antes da posse, para 23%. Quem acredita que será regular se manteve estável dentro da margem de erro, de 17% para 16%. 

Os três primeiros meses de gestão Bolsonaro foram marcados por vários episódios desgastantes para a imagem do governo, além de contraditórios com o seu discurso de campanha. Destaque para as investigações que envolveram seu filho e senador Flávio – e as movimentações financeiras suspeitas de um de seus assessores, Fabrício Queiróz –, o caso das candidaturas-laranja pelo PSL para desviar dinheiro público do fundo eleitoral, a manutenção e até a ampliação de privilégios dos militares em relação à reforma da Previdência, as disputas que paralisaram o Ministério da Educação, os choques com o Congresso e as dificuldades na formação de uma base de apoio na Câmara e no Senado. A economia também não vem reagindo significativamente e a taxa de desemprego alcança 12,4%.

Ao todo, o Datafolha ouviu 2.086 pessoas com mais de 16 anos em 130 cidades brasileiras, nos dias 2 e 3 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. 

Bolsonaro não comentou sobre a rejeição. Porém, em seu Twitter, comentou uma imagem referente à pesquisa com uma risada. O comentário era sobre a percepção dos entrevistados sobre a inteligência do presidente, comparada às de Lula e Dilma.

REPRODUÇÃO
Entrevistados consideram Jair menos inteligente que Dilma e Lula

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