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Câmara do Rio aprova abertura de impeachment de Crivella

Processo vai investigar renovação de contratos de publicidade sem licitação. Votação mostra rápida perda de capital político do prefeito. Se houver cassação, novo prefeito será eleito por voto direto

Tomaz Silva/ABr

Marcelo Crivella não conseguiu reverter aprovação de pedido de impeachment e pode ser afastado do cargo

São Paulo – Por 35 votos a 14, a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro aprovou, na noite desta terça-feira (2), um dos pedidos de impeachment do prefeito Marcelo Crivella (PRB). O pedido foi apresentado na semana passada pelo fiscal da Secretaria Municipal de Fazenda Fernando Lyra Reys, que acusa Crivella de crime de responsabilidade por renovar contratos de publicidade com duas empresas sem licitação, em dezembro do ano passado – no pedido, o autor afirma que prejuízo causado aos cofres públicos foi de R$ 20 milhões.

Uma comissão composta pelos vereadores Luiz Carlos Ramos Filho (Pode), Paulo Messina (Pros) e Willian Coelho (MDB) terá até 90 dias para elaborar um relatório analisando a denúncia. Esse relatório será, então, votado pelo plenário da Câmara. Se o documento for aprovado, o prefeito será afastado.

A presença de Messina na comissão é polêmica. Ele é secretário municipal da Casa Civil na gestão Crivella e licenciou-se justamente para votar contra a abertura do processo contra o prefeito. A oposição defendeu que ele se declarasse impedido de participar da relatoria do processo, o que ele não fez.

Reincidente

Em julho do ano passado, a Câmara carioca rejeitou um pedido de abertura de processo de impeachment contra o prefeito Crivella, após a divulgação de um vídeo que mostrava uma reunião entre o prefeito e líderes religiosos evangélicos em que se prometia a fiéis a possibilidade de furar a fila do Sistema Único de Saúde (SUS) para receber tratamentos médicos.

A aprovação do pedido de impeachment de agora mostra que Crivella perdeu seu capital político e sua base de apoio entre os parlamentares locais já que, em julho passado, o prefeito obteve mais que o dobro dos votos sobre a oposição e conseguiu barrar a abertura de investigação na Câmara.

Na semana passada, vereadores já admitiam que Crivella não escaparia de um processo e tentaram aprovar uma emenda para impedir que a população escolhesse o novo prefeito e que a eleição fosse indireta (com o prefeito sendo escolhido pelos próprios vereadores). Mas a proposta foi rejeitada pela diferença de um voto. A legislação municipal permite que a eleição de prefeito seja indireta apenas se o cargo ficar vago no último ano de mandato.

Com reportagem do Brasil de Fato

 

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