‘Bolsonaro só foi viável com impeachment fajuto, prisão de Lula e fake news’

Deputada Gleisi Hoffmann e senador Rogério Carvalho relatam preocupação de Lula com crise institucional e falam sobre consequências históricas de processo iniciado em 2016. PT divulga manifesto

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Rogério (com megafone) e Gleisi (à dir.) em Curitiba: preocupação com a crise, suas origens e consequências

São Paulo – A crise institucional vivida neste momento pelo Judiciário, principalmente, está no centro das preocupações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recebeu na tarde desta quinta-feira (18) as visitas da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e do senador Rogério Carvalho (PT-SE). O parlamentar, emocionado em sua primeira ida à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, relatou o receio de Lula em relação “aos riscos que a gente corre de perder a nossa soberania, em todos os aspectos, e de crise institucional por total e absoluta falta de compreensão do que é dirigir um país”.

Gleisi relacionou o momento atual com o vivido em 2016, no processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, quando o PT dizia que a Constituição estava sendo “rasgada”. “Muitas vezes, o Supremo se calou quando a lei era rasgada, e isso está cobrando o seu preço. Não podemos deixar de analisar o que recentemente aconteceu na nossa história”, afirmou, citando manifesto divulgado hoje pelo partido. (Confira aqui.)

“Bolsonaro só foi possível, só foi viável, porque tivemos um impeachment fajuto, a prisão de Lula e tivemos fake news atuando em todo esse processo, com pencas de dinheiro de caixa 2. Por isso, é importante encadear esses fatos”, acrescentou a deputada e presidenta do PT. Segundo ela, Lula segue “tranquilo, sereno, firme” e insistindo na necessidade de ir às ruas.

“Temos de alertar o povo e ficar ao lado do povo. Lula está preso para não liderar o movimento de oposição neste país”, disse Gleisi. “Não vamos libertar o Brasil da extrema-direita, da pauta que eles nos impuseram, enquanto Lula estiver preso.” Ela afirmou ainda que a Vigília Lula Livre só deixará Curitiba quando o ex-presidente for solto. Depois disso, a ideia é transformar o local em um “ponto de visitação e de lembrança” pelo que aconteceu.

Já o senador disse ter ficado comovido: “É muito doloroso, para quem é militante, ver o companheiro injustamente preso. E depois de um ano, nenhuma prova,  nenhum fato concreto que justifique a prisão. Por outro lado, a gente vê um homem convicto, com a compreensão de seu papel histórico e a convicção de que a história não acabou”.