Humanidade

Justiça autoriza Lula a ir ao velório do neto. Ex-presidente pode viajar ainda hoje

Segundo Gleisi Hoffmann, estão sendo discutidas condições de segurança e logística para o deslocamento de Curitiba para São Paulo

Latuff

São Paulo — A Justiça Federal do Paraná acaba de autorizar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a comparecer ao velório e enterro de seu neto Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, vítima de meningite meningocócica. Arthur era filho de Sandro Luis Lula da Silva, um dos três filhos do ex-presidente com Marisa Letícia, e de Marlene Araújo Lula da Silva. Ele foi internado no Hospital Bartira, em Santo André, na região do ABC, nesta sexta-feira (1º) de manhã, e morreu por volta do meio-dia. 

O ex-presidente Lula deve seguir para São Paulo em avião do governo do Paraná. A aeronave foi liberada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), atendendo a pedido da superintendência da Polícia Federal no Paraná.

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De acordo com informação do PT de São Bernardo, o velório de Arthur começa às 22h de hoje, no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo. O sepultamento está previsto para as 12h deste sábado, no mesmo local.

O apoio para o deslocamento permitirá que o ex-presidente participe do velório do neto. Segundo a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann, estão sendo discutidas condições de segurança e logística para decidir o momento do deslocamento de Curitiba para São Paulo, que pode ser entre hoje e a manhã deste sábado (2).

Segundo Gleisi, que se encontrou com o ex-presidente nesta tarde, “Lula disse que nunca esperaria uma notícia como essa, disse que deveria ser proibido um pai enterrar um filho ou um avô enterrar um neto. Ele está bastante emocionado, abatido, chorou várias vezes. E nós procuramos confortá-lo, conversar com ele”.

A forte ligação de Lula com a família tem desencadeado uma onda de manifestações de tristeza e solidariedade. A negativa para que o ex-presidente acompanhasse o velório do irmão Vavá, em 30 de janeiro, causou apreensão ante o risco de seu direito a velar um ente familiar ser novamente negado. Desta vez, a liberação ocorreu de maneira mais rápida.

Recordação 

Mais cedo, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), lembrou das horas que antecederam a prisão de Lula no dia 7 de abril de 2018, quando o ex-presidente estava cercado por seus familiares, incluindo o neto Arthur. 

“Lembrei-me hoje do dia em que o ex-presidente Lula foi se apresentar à Justiça. Acompanhei juntamente com outros, em São Bernardo do Campo, um pedido de bênçãos de Deus depois de muitas agendas. E seus últimos minutos antes da apresentação, foram com a família: filhos e filha, noras e genro, irmãos – e lá estava o Vavá, que nos deixou recentemente – e seus netos e netas. 

Presenciei ali dois momentos duros, além da hora da despedida: a lembrança da dona Marisa… muitas lágrimas. E o Arthur, seu neto, estava no seu colo. E num dado momento quando Lula disse que precisava ir, o neto perguntou: “Vovô, domingo o senhor está de volta? Vai lá em casa brincar comigo?” O coração amoleceu. Todos choramos.  

É uma tristeza receber a notícia do falecimento do Arthur. Não consigo imaginar tamanha dor. Que Deus possa dar forças para a família neste momento. Estamos te enviando muito amor e orações, Lula!”, escreveu o governador.

Ricardo Stuckert
Lula e seu neto Arthur, que no último ano chegou a visitar o ex-presidente duas vezes em Curitiba

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