agora é tarde

Críticas de Gilmar Mendes aos procuradores da Lava Jato são ‘póstumas’

Ministro do STF chamou força-tarefa de 'cretinos' em voto pela atuação da Justiça Eleitoral. Mas, para advogada Tânia Mandarino, posição é tardia por não tem impedido 'avanço da barbárie'

Valter Campanato/Abr

Ministro Gilmar Mendes (foto), durante voto pela Justiça Eleitoral criticou duramente a atuação da força-tarefa da Lava Jato

São Paulo – Na avaliação da integrante do Coletivo de Advogados e Advogadas pela Democracia Tânia Mandarino em entrevista à Rádio Brasil Atual, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) pela garantia da investigação de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, como competência da Justiça Eleitoral, não soa como “algo que deve ser comemorado, tendo em vista os desmandos que estavam sendo cometidos com esse tipo de crime na justiça comum”, avalia a advogada à jornalista Marilu Cabañas.

Pela deliberação desta quinta-feira (14), em que a força-tarefa da Operação Lava Jato foi duramente criticada pelo ministro Gilmar Mendes, não cabe à Justiça comum julgar crimes de natureza eleitoral, como defendia os procuradores da Lava Jato apontados por Tânia como autores dos “desmandos”. “Haja vista a turma da Lava Jato, que ontem foi chamada pelo ministro Gilmar Mendes de ‘gentalha, gangster, cretinos'”, descreve.

Ainda assim, a afirmação do ministro do STF quanto aos procuradores serem “uns cretinos, não sabem o que é processo civilizatório, não sabem nem o que é um processo”, representa para a advogada um “farol que ilumina para trás”, segundo ressalta. “Acontece que o voto do ministro Gilmar Mendes, infelizmente, ele é póstumo, tardio. Se o ministro tivesse se posicionado assim em momentos anteriores, talvez nós não estivéssemos nesse momento de barbárie que nós chegamos no Brasil.”

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