Um governo desses!

Zé de Abreu autoproclamado presidente do Brasil; Margarida Salomão, da Câmara

Se pode na Venezuela, pode no Brasil, afirma o ator, que adota o lema: 'O Brasil ao lado de todos, nem acima, nem abaixo. Nossa bandeira jamais será laranja'. Deputada assume lugar de Rodrigo Maia

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Margarida Salomão e José de Abreu: ‘Nossa bandeira jamais será laranja’

ESão Paulo – O ator José de Abreu está à frente da Presidência da República do Brasil. Diretamente da Grécia, onde está morando, ele anunciou sua autoproclamação por meio da conta do Twitter, onde tem 225 mil seguidores.

Com a “medida”, o ator satiriza ao mesmo tempo o deputado venezuelano Juan Guaidó, que se autodeclarou presidente da Venezuela no lugar de Nicolás Maduro em 11 de janeiro. E também os governantes que o “reconheceram”, como Donald Trump, Jair Bolsonaro, Mauricio Macri entre outros.

José de Abreu esculhamba também a imprensa comercial brasileira, que finge “isenção” ao tentar trazer à opinião pública local alguma dose de sentido ao factoide criado por Guaidó, com objetivo de acirrar a crise do país vizinho

O nome no perfil já foi alterado para José de Abreu, autoproclamado Presidente do Brasil. Na descrição: “O Brasil ao lado de todos, nem acima, nem abaixo. Nossa bandeira jamais será laranja”.

A “brincadeira” começou na segunda-feira (25), com uma série de postagens na rede social. “Acabei de me proclamar presidente do Brasil. Quem me apoia?”, disse, curtido por milhares de pessoas.

Diante da pronta aceitação, marcou a data da posse: “Estou na Grécia e assumo dia 8 de março, no Galeão”. Como vice-presidente “convoco Maria do Rosário, a mulher que enfrentou o Bozo cara a cara”.

O polêmico artista já começou a montar sua equipe de governo: “Lula está nomeado chefe da Casa Civil, Militar e Religiosa”, para pouco depois exigir: “Eu, auto declarado Presidente do Brasil, exijo que Lula seja solto para assumir o Ministério dos Justos”.

Pronunciamento do “presidente” às 21h desta terça, via TV 247

Para os demais cargos, Suplicy “ministro do Bem, cuidará de tudo que diz respeito aos menos favorecidos. E seu programa de Renda Mínima será implantado imediatamente”. Para Ministro da Educação, “Haddad, claro”.

Democrático, Zé de Abreu afirma que aceitará sugestões, mas “para o Ministério das Relações Espirituais, nomeio Leonardo Boff”.

Outro nome da equipe é Jean Willys, ministro da Saúde: “só ele poderá curar o preconceito que hoje impera no país”.

A brincadeira do ator criou um timaço de esquerda para o primeiro escalão do país. Para Ciência e Tecnologia, o ministro será Miguel Nicolelis. No Ministério da Habitação, Guilherme Boulos; nas Relações Institucionais, Marcelo Freixo. 

O ator criaria o “Ministério de Apoio Institucional aos GLBT, com Manuela D’Ávila. Na Economia, Laura Carvalho. A ex-presidenta Dilma Rousseff ficaria com o Ministério de Energia Convencional e Alternativa.

“Primeiro ato após assumir será mudar a Capital do País para o Nordeste”, avisa o presidente autoproclamado, que prevê, ainda, “indultar Lula” que poderia também assumir o Ministério da Cultura, por ser “o brasileiro com mais títulos de doutor na história”.

Outra medida emergencial: “a partir do primeiro dia do meu governo os bancos terão que pagar impostos correspondentes a 99% de seus bilhões de lucro, dirigidos exclusivamente à Educação e Saúde públicas”.

No terreno das críticas, o ator classificou Sérgio Moro, ex-juiz e atual ministro de Bolsonaro, como “traidor da pátria” e Juan Guaidó de “anti-Venezuela”.

Sem fugir das polêmicas, o presidente José de Abreu declarou que “o Hino Nacional só será cantado por iniciativa dos brasileiros em qualquer tipo de solenidade sendo proibida sua obrigatoriedade em todo Território Nacional”. E determinou que “a Vale vai voltar a se chamar Vale do Do Rio Doce e terá que passar a eternidade limpando os rios do Brasil”.

Com milhares de apoiadores, o ator já começa a fazer a escola. A deputada federal Margarida Salomão (PT-MG) autoproclamou-se presidenta da Câmara dos Deputados na noite da terça-feira (26), pouco antes do pronunciamento de Zé de Abreu à nação. Como primeira medida à frente da Casa, o compromisso de retirar da pauta a ”reforma“ da Previdência de Jair Bolsonaro.