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Bolsonaro recua de demissão, mantém Bebianno, mas volta atrás do recuo e saída é anunciada

Depois de dar prazo para ministro sair, Bolsonaro voltou atrás e decidiu mantê-lo na Secretaria-Geral da Presidência. Depois voltou a se reunir com Bebianno e avisou que sua demissão já estaria assinada

Valter Campanato / abr

Bebianno: repasse teria sido feito no período em que ele era presidente do partido do presidente Bolsonaro

São Paulo – Depois de dar prazo até segunda-feira (18) para o ministro Gustavo Bebianno sair do governo, o presidente Jair Bolsonaro voltou atrás e decidiu mantê-lo à frente da Secretaria-Geral da Presidência da República. Em reunião nesta sexta-feira (15) com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, Bebianno foi informado que continuará no governo. A reunião ocorreu no final da tarde.

Atualização: Mais tarde por volta de 21h, o Jornal do SBT, que tem servido como principal veículo de Bolosonaro depois do Twitter, informou que o presidente teria avisado Bebianno que sua demissão já estaria assinada. Chefe de uma das pastas mais importantes do Planalto e responsável pela articulação política, o ministro pode ter a saída confirmada até segunda-feira – num momento em que o governo se prepara para apresentar ao Congresso seu projeto de reforma da Previdência.

A situação de Bebianno no governo ficou difícil depois que, no último fim de semana, o jornal Folha de S.Paulo publicou que o partido do presidente, o PSL, repassou R$ 400 mil a uma candidata a deputada federal de Pernambuco que recebeu 274 votos, o que indicaria tratar-se de uma candidatura “laranja”. O repasse teria sido feito no período em que Bebianno era presidente do partido.

Desde então, a crise se agravou com a intromissão do filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, no assunto, classificando o ministro de mentiroso pelas redes sociais, depois que Bebianno havia dito que teria tido encontros com o presidente para negociar sua permanência. A crise ainda atingiu um grau ainda maior quando o presidente endossou, também pelas redes sociais, a manifestação do filho.

Ontem (14), Bebianno chegou afirmar: “Eu posso cair. Caso isso aconteça, Bolsonaro cai junto!” Ele recebeu apoio de ministros e militares do governo, e também de parlamentares, como até mesmo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Eles consideraram grave o envolvimento de familiares de Jair Bolsonaro com o governo e atuaram para segurar Bebianno no cargo e, consequentemente, evitar a imagem de que o rumo do Palácio é ditado pelos filhos do presidente.

 

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