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Lula: comentários de ministro de Bolsonaro sobre Chico Mendes são ‘inaceitáveis’

“Será que essas pessoas são tão burras que imaginam que matando Chico Mendes mataram a luta do Chico Mendes?', questionou o ex-presidente

Teoria&Debate e TV Cultura

“Mas a ONU reconhece um monte de coisa errada também… A ONU tem umas pautas…”

São Paulo – Após fala do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (11), sobre Chico Mendes, a assessoria de comunicação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu dizendo que os comentários são “inaceitáveis”. Lula criticou “a completa falta de conhecimento do ministro de Jair Bolsonaro (PSL)”.

“Será que essas pessoas são tão burras que imaginam que matando Chico Mendes mataram a luta do Chico Mendes? Chico Mendes foi covardemente assassinado na porta de sua casa em Xapuri, por fazendeiros que queriam invadir terras e derrubar a floresta”, afirmou Lula, por meio da assessoria.

No Roda Viva, o ministro de Bolsonaro disse: “Olha, eu não conheço Chico Mendes. Eu tenho um certo cuidado em dizer, falar sobre coisas que eu não conheço. Eu escuto histórias de todo lado. Do lado dos ambientalistas, os mais ligados à esquerda, o enaltecimento do Chico Mendes. As pessoas que são do agro, que são da região, dizem ‘olha, Chico Mendes não era isso que é contado’”.

Além de reconhecer que não conhece Chico Mendes, Salles colocou em dúvida o caráter do líder seringueiro, morto em Xapuri (AC) em 22 de dezembro de 1988, aos 44 anos. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Chico “usava os seringueiros para se beneficiar”.

Ricardo Salles foi questionado pelo jornalista Ricardo Lessa: “Se beneficiar do quê? Ele é reconhecido pela ONU”, ao que o ministro de Bolsonaro respondeu:  “O que importa quem é Chico Mendes agora?”. Não satisfeito, ainda comentou: “Mas a ONU reconhece um monte de coisa errada também… A ONU tem umas pautas…” 

Salles já foi condenado, em dezembro de 2018, por improbidade administrativa e teve os direitos políticos suspensos por três anos. O motivo: adulterou adulterado um mapa ambiental para favorecer indústrias e mineradoras, quando era secretário do Meio Ambiente de São Paulo.