crime em Brumadinho

Deputados federais mineiros propõem CPMI para investigar atuação da Vale

De acordo com parlamentares, a proposta de uma comissão para averiguar o crime ambiental em Brumadinho é também para apurar a participação de agentes do Estado e questionar lobby das mineradoras

Ricardo Stuckert

Parlamentares também têm se mobilizado para instaurar Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Legislativo

São Paulo – A bancada de Minas Gerais da Câmara dos Deputados articula a instauração de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os motivos do rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), que ocorreu em 25 de janeiro, e já deixou 134 pessoas mortas e 199 desaparecidas, de acordo com boletim divulgado ontem (4).

Para ser criada, a CPMI precisará do apoio de 171 deputados e 27 senadores, e a repercussão do crime da Vale pode ajudar a enfrentar as manobras políticas que tentarão impedir as investigações, como explica a deputada federal Margarida Salomão (PT-MG), à repórter Beatriz Drague Ramos, da Rádio Brasil Atual. Segundo Margarida, a ideia é averiguar todos os culpados, sejam eles ligados ao setores público ou privado. “Enquanto Brumadinho estiver nas manchetes, na televisão, com presença ativa na vida das pessoas, não será possível adiar uma investigação tão urgente”, afirma.  

Parlamentares de outras siglas também têm disputado o pedido de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), entre eles o senador Otto Alencar (PSB-BA), que afirma haver um lobby das mineradoras nas Casas legislativas.

O deputado federal Diego Andrade (PSD-MG) também criticou a alinhamento do Estado aos interesses das empresas do setor e explicou que um dos pontos da CPI é discutir a Lei Kandir, que isenta empresas exportadoras do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), propiciando um aumento na margem de lucros.

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