ABUSO

Clima tenso marca ato contra aumento da passagem de ônibus em São Paulo

Em primeira manifestação do ano contra aumento de R$ 4 para R$ 4,30 anunciado por Doria e Covas, usuários afirmam que alta acima da inflação é “assalto”

Manifestantes são seguidos por forte aparato policial

São Paulo – O primeiro ato deste ano em São Paulo contra o aumento das passagens de ônibus para R$ 4,30, anunciado pelo governador João Doria e pelo prefeito da capital, Bruno Covas, ambos do PSDB começou em clima tenso, com forte presença de policiais, na tarde desta quinta-feira (10). Os manifestantes se reuniram desde 16h30 em frente ao Teatro Municipal, no centro da capital. De lá seguiram para a Praça do Patriarca e agora se concentra diante do edifício Martinelli, que abriga a sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

O aumento anunciado da passagem foi de 7,5%, praticamente o dobro da inflação de 2018, que deve ficar em torno de 4% e será anunciada nesta sexta-feira (11). “R$ 4,30 é um assalto”, gritam os manifestantes enquanto passam pela Rua São Bento.

Alguns lojistas fecharam as portas com receio de conflito entre manifestantes e a polícia. Segundo informou a reportagem do Brasil de Fato, que acompanha o ato, a marcha dos manifestantes deve seguir para a Praça do Ciclista, na esquina da Avenida Paulista com a rua da Consolação. Os organizadores do ato não divulgaram o percurso que será realizado.

Francisco Bueno, militante do Passe Livre, afirma que os aumentos não tem base técnica e são definidos por escolhas políticas. “O transporte é uma questão coletiva, mas ele é tratado de uma maneira individual. Em 2010, mais de 30 milhões de pessoas não podiam usar transporte público e isso aumentou. A tarifa se tornou uma questão política, sem ser técnica”, afirma.

Ele lembra que o alto desemprego no Brasil também deveria ser colocado na balança, antes dos governantes tucanos realizarem o aumento. “As pessoas vão ter que tirar esse dinheiro de algum lugar, será do aluguel, do remédio ou da alimentação. Isso precariza a vida das pessoas e só atende os interesses empresariais.”

O fim do subsídio da prefeitura sobre o vale-transporte também é criticado pelo MPL – agora, as empresas pagarão R$ 4,57. “Qual a justificativa disso? Os empregadores vão cumprir a CLT e pagar isso?”, questiona, em entrevista à repórter Ana Rosa Carrara, da Rádio Brasil Atual.

O Movimento Passe Livre marcou um novo ato para o próximo dia 16, com concentração na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, centro da capital, a partir das 17h.

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