Direitos violados

Lula é ‘refém de uma lógica perversa’, diz líder do PT. Gleisi cobra Moro

Ex-presidente é usado como 'exemplo' contra todos que tentem se insurgir contra as arbitrariedades do Judiciário, afirmou o deputado Paulo Pimenta durante velório de Vavá

Reprodução/PT

Pimenta disse que há no Brasil hoje uma lei que vale para todos e outra para o ex-presidente Lula

São Bernardo do Campo (SP) – Enquanto antigos militantes se despediam de Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líderes do PT ainda tentavam um meio de viabilizar a ida de Lula para o Cemitério da Paulicéia, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, mas mostravam indignação com as alegações oficiais. “A justificativa é muito rasa, sem consistência”, disse a presidenta do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), na manhã desta quarta-feira (30), ao lado do líder da legenda na Câmara, Paulo Pimenta, do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e do presidente do PT paulista, Luiz Marinho.

“Lula está preso e não pode dar entrevista, enquanto outros podem. Lula está preso e não pode receber assistência religiosa. A Justiça faz seleção de advogados. Quando morreu o amigo (Sigmaringa Seixas), não autorizaram. Agora falece o irmão, que sempre foi uma figura paterna (para o ex-presidente). E alegam problema de logística. Fico imaginando a estrutura da PF para combater o crime organizado”, afirmou Gleisi. “Acho que o ministro Sergio Moro deve uma explicação à sociedade brasileira.” Ela lembrou que o partido se dispôs a bancar as despesas, caso fosse necessário.

Para Pimenta, mais que preso político, Lula é “refém de uma lógica perversa“, para intimidar quem tenta resistir. Ele ressaltou que o ex-presidente tinha o direito legal de participar do velório do irmão. “Estamos vivendo uma situação inaceitável. Ninguém pediu favor. Não é possível que o país tenha uma lei que vale para todos e uma lei que só vale para o presidente Lula.” O deputado afirmou ainda que enquanto o ex-presidente estiver preso em Curitiba, o país não terá uma “normalidade democrática”.

Assistência religiosa, ampla defesa, luto são “direitos sagrados”, afirmou Haddad, acima do que alega a Polícia Federal, acrescentou. “Esse direito está sendo sonegado a ele de maneira incompreensível.”

“Argumento descabido e deslavado”, reagiu Marinho sobre as alegações para não autorizar a saída de Lula da prisão para se despedir do irmão. “Se o Lula quisesse fugir, teria fugido antes de ser preso. O mundo sabe disso.”

 

 

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