Seletividade judicial

João Cayres: ‘Lama soterra também parte do Judiciário’

Comentarista contesta em sua análise para a TVT a forma como a Justiça vem conduzindo casos envolvendo o ex-presidente Lula, que chegou a ter negado o direito de comparecer no enterro de seu irmão

Carlos Moura/STF

Pedido de Lula só foi autorizado por presidente do STF após já ter iniciado o sepultamento de Vavá

São Paulo – A lama que a postura criminosa da Vale despejou em Brumadinho (MG) parece ter soterrado parte do judiciário brasileiro, segundo observa o comentarista político João Cayres, em referência a mais um episódio de negação de direitos imposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril de 2018, em Curitiba. Ele participou da edição de quarta-feira (30) do Seu Jornal, da TVT.

Lula teve negado o pedido para comparecer ao enterro de seu irmão, com quem mantinha fortes laços afetivos e, apenas quando o sepultamento já estava em andamento, em São Bernardo do Campo, foi autorizado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, a deixar a carceragem. “O que a gente percebe nisso é o não cumprimento da lei”, aponta o comentarista.

“Gostando ou não do presidente Lula, aqui é uma questão de justiça, de dois pesos e duas medidas”, ressalta Cayres, comparando a atuação judiciária  contra Lula, com a recente decisão de desembargadores do Rio de Janeiro que concederam, nesta quarta, habeas corpus ao médico Denis Cezar Barros Furtado, conhecido como Doutor Bumbum, que estava preso acusado de ser responsável pela morte de uma paciente como consequência de uma intervenção cirúrgica.

Cayres lembra ainda a ausência de depoimentos à justiça pelo ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Fabrício Queiroz, e o respeito aos direitos garantido para as condenadas por homicídios, Suzane Richthofen e Ana Carolina Jatobá.

“É cada vez mais claro que isso é uma perseguição, que o presidente Lula não é um preso comum, ele é um preso político”, afirma.

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