Caçada

Cesare Battisti é preso na Bolívia e deve ser extraditado

Autoridades avaliam se ele será extraditado diretamente para a Itália ou se virá ao Brasil para depois se encaminhado à Europa

Polícia boliviana

A Itália tenta a extradição de Battisti desde 2007

São Paulo – O italiano Cesare Battisti foi preso neste sábado (12) na Bolívia. Procurado pelas autoridades brasileiras desde o fim do ano passado, ele teve expedido contra si um mandado de prisão em 13 de dezembro, pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Battisti, de 64 anos, foi preso na cidade de Santa Cruz de la Sierra, por volta das 17h de ontem. Segundo a imprensa, ele usava uma barba falsa e portava um documento registrado no Brasil com o seu nome real. Ele estava sozinho e se entregou sem reação.

As autoridades avaliam se ele será extraditado diretamente para a Itália ou se Battisti será enviado ao Brasil e depois encaminhado para a Europa. De acordo com a Agência Brasil, há uma aeronave do governo da Itália com agentes da Aise, a agência de inteligência do país no território boliviano, aguardando instruções.

A Itália tenta a extradição de Battisti desde 2007, quando ele foi preso no país após fugir de seu país, tendo passado por França e México antes de chegar ao Brasil.

O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu, em 31 de dezembro de 2010, conceder refúgio a Battisti. À época, o STF considerou que a decisão era de responsabilidade exclusiva da Presidência – assim, apesar dos recursos da Itália, o refúgio foi mantido até recentemente, quando Temer autorizou a extradição.

A extradição de Battisti foi tratada como uma questão importante para o hoje presidente Jair Bolsonaro, que chegou a receber um pedido direto sobre a questão do vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini.

Em outubro de 2018, movimentos e entidades organizadas da sociedade civil articularam uma petição pública em defesa do ativista e escritor. “Lá sua pena será de prisão perpétua, sem direito ao sol. Além disso, a associação de carcereiros já fez manifestação pública na Itália, enforcando um boneco de Cesare Battisti: assim fica demonstrado que sua extradição será uma sentença de morte!”, dizi o texto.

Battisti foi condenado na Itália por quatro homicídios cometidos na década de 1970, quando militava no grupo Proletários Armados pelo Comunismo, de extrema esquerda. Ele nega as acusações e diz ter sido politicamente perseguido na Itália. Em 1981, fugiu de uma prisão italiana e viveu na França até 2006, quando deixou o país após o governo francês aprovar sua extradição, vindo ao Brasil em sequência.

* Com informações do Opera Mundi

 

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