Parlatório

Ao público, Bolsonaro diz que libertará o país do ‘socialismo’

Em discurso mais agressivo do que no Congresso, presidente ataca 'ideologias nefastas' e afirma que bandeira brasileira só será vermelha 'se for preciso sangue para mantê-la verde e amarela'

Valter Campanato/Agência Brasil

Bolsonaro pouco antes de receber a faixa de Temer, que foi vaiado. ‘Capitão’ prometeu ‘reconstruir’ o país

São Paulo – Depois de receber de Michel Temer a faixa presidencial, às 17h desta terça-feira (1º), Jair Bolsonaro fez um discurso ainda mais curto (só oito minutos), porém mais agressivo, em relação ao feito no Congresso. Do Parlatório, diante do Palácio do Planalto, começou afirmando que o país “começou a se libertar do socialismo, da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto”. Disse defender a democracia e terminou afirmando que a bandeira brasileira só será vermelha “se for preciso sangue para mantê-la verde e amarela”. Várias vezes, o público repetiu gritos de “mito” e “o capitão chegou”.

Falando em “reconstrução” do país, Bolsonaro agradeceu seus eleitores: “Graças a vocês, fui eleito com a campanha mais barata da história do país”. Uma campanha feita, basicamente, por rede social e com denúncias de apoio empresarial via WhatsApp. O tom do discurso foi o mesmo do período eleitoral, falando em moralidade, eficiência, meritocracia e ideologia. Ele pediu que todos se empenhem em um movimento visando a “restabelecer padrões éticos e morais” no país.

“Não podemos deixar que ideologias nefastas venham a dividir os brasileiros”, afirmou o presidente, se referindo ainda ao que chamou de “ideologização” de crianças. Mais adiante, declarou que vai “retirar o viés ideológico de nossas relações internacionais”. Ele disse ainda que seu governo se empenhará pela segurança “das pessoas de bem”, defendendo o direito de propriedade e a “legítima defesa”.

Depois da cerimônia no Congresso, quando foi oficialmente empossado, Bolsonaro seguiu novamente em carro aberto para o Palácio do Planalto. Seu filho Carlos, vereador no Rio, ficou sentado atrás do pai no veículo, rodeado por seis seguranças. No curto trajeto, foi possível perceber os dizeres “Lula livre” pintados no asfalto. Ao lado de sua mulher, Michelle, do vice, Hamilton Mourão (com a esposa, Paula), foi recebido na rampa por Michel Temer e a agora ex-primeira-dama Marcela. Temer recebeu vaias. O agora ex-presidente deve retornar ainda hoje a São Paulo.

Antes do discurso presidencial, Michelle Bolsonaro fez uma mensagem de agradecimento usando a linguagem de Libras. Após gritos do público, deu dois beijos no marido. Em seguida, às 17h12, o presidente iniciou dizendo que a posse só era possível “porque Deus preservou a minha vida e vocês acreditaram em mim”.

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