Relatório da Coaf

Família Bolsonaro repete velhas práticas da política condenadas pelo eleitor

Professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo afirma que denúncias envolvendo Flávio Bolsonaro (PSL) indicam a contradição com o discurso de 'moralização da política' que o elegeu, assim como sua família

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“Os que iriam moralizar a política estão agora no foco de novas evidências de corrupção”, lamenta Silvino

São Paulo – As denúncias envolvendo o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) no recebimento de repasses irregulares feitos por funcionários públicos de seu gabinete da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) revelam não apenas uma contradição com o discurso contra a corrupção que o elegeu, mas também como as “velhas práticas da política” sempre estiveram presentes na família Bolsonaro, avalia o doutor em Sociologia e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), Paulo Silvino.

Em entrevista à jornalista Marilu Cabanãs, da Rádio Brasil Atual, o professor lamentou que neste momento de transição de governo, em que a discussão deveria ser por medidas de fortalecimento da economia e das instituições políticas, o país tenha que debater a pauta de moralização da política. “E o que é pior, os que iriam moralizar a política estão agora no foco de novas evidências de corrupção”, avalia Silvino.

“É claro, isso (movimentações irregulares) está sob investigação, mas, pelo menos o que a mídia mostra para nós, enquanto opinião pública, é que há fortes indícios que essas velhas práticas faziam ou fazem parte de (Jair) Bolsonaro, enquanto deputado e de seus filhos também”, afirma o professor. A mais recente denúncia envolvendo Flávio aponta que uma de suas servidoras transferia até 99% do seu salário pago com dinheiro público. 

Ouça a entrevista na íntegra: