Cadê?

Ex-assessor de Flávio Bolsonaro falta a depoimento sobre repasses em conta

Advogados de Fabricio Queiroz alegam 'inesperada crise de saúde' e pedem mais tempo para analisar autos da investigação. Amigo da família do presidente eleito deve prestar novo depoimento

Wilson Dias/ABr – Reprodução/Facebook

Fabricio Queiroz (detalhe) deveria ter explicado ao MP do Rio a origem de mais de R$ 1 milhão que passou por sua conta bancária entre 2016 e 2017: “crise de saúde”

São Paulo – Fabrício Queiroz, ex-motorista do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro não compareceu ao depoimento no Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MP-RJ), onde era aguardado na tarde desta quarta-feira (19) para esclarecer sobre movimentações suspeitas em sua conta bancária, identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), de cerca de R$ 1,2 milhão no período de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. Novo depoimento do ex-assessor do filho mais velho do presidente eleito, Jair Bolsonaro, foi remarcado pela Procuradoria-Geral de Justiça para sexta-feira (21), a partir das 14h.

Além de alegar que “não tiveram tempo hábil para analisar os autos da investigação” para justificar a ausência do seu cliente, os advogados de Fabrício também disseram que o ex-assessor sofreu “inesperada crise de saúde”, segundo informou o MP-RJ.

O nome de Queiroz aparece no relatório do Coaf que integrou a investigação da Operação Furna da Onça, um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio. Segundo as informações do documento, nos 13 meses em que movimentou R$ 1,2 milhão em uma única conta bancária ele recebia salário de R$ 23 mil por mês.

Ainda conforme o relatório, ele repassou R$ 24 mil para Michelle Bolsonaro, futura primeira-dama. Sobre este pagamento, Jair Bolsonaro afirmou que era referente à quitação de um empréstimo de R$ 40 mil feito por ele a Queiroz. Flávio Bolsonaro – que não é investigado – afirma que não fez “nada de errado” e que espera “que o caso seja esclarecido”.

A ausência do ex-motorista ao depoimento aumenta as suspeitas sobre o esquema por traz das movimentações financeiras. Segundo levantamento feito pela GloboNews em cartórios da cidade, Queiroz tem um patrimônio modesto para quem movimentou valores tão altos.

Além disso, o relatório do Coaf indica que funcionários nomeados para o gabinete de Flavio não cumpriam jornada regular na Assembleia Legislativa do Rio, quando o senador eleito foi deputado estadual, e que alguns deles chegaram a repassar até 99% dos seus salários a Queiroz.

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