Sem pluralidade

‘Visão única’ de futura ministra pode comprometer direitos humanos

Para o advogado Jorge Rubem Folena de Oliveira, posições de Damares Alves sobre determinados temas como o aborto, podem restringir políticas de proteção a quem pensa de forma diferente

Valter Campanato EBC

“Direitos Humanos pressupõe pluralidade e o respeito à adversidade”, afirma Folena à Rádio Brasil Atual.

São Paulo – Em entrevista na edição de notícias desta sexta-feira (7) na Rádio Brasil Atual o advogado, cientista político e membro do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Jorge Rubem Folena de Oliveira, afirmou estar preocupado com a indicação da advogada e pastora evangélica Damares Alves à chefia do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, anunciada nessa quinta-feira (6). Segundo Folena, a pasta pressupõe pluralidade e respeito às diversidades, características que podem ser comprometidas com a futura ministra do governo de Jair Bolsonaro (PSL).

“Se você tem uma futura ministra dos Direitos Humanos com posições definidas sobre determinados temas, com certeza ela deverá em sua pasta de governo, aparentemente, excluir outros grupos que pensam de forma diversa, quando o país tem que ser governado para todos e não só para alguns”, criticou o advogado.  

À jornalista Marilu Cabañas, Folena cita como exemplo as falas da futura ministra sobre aborto. Uma reportagem divulgada pelo jornal OEstado de S. Paulo afirma que em 2013, durante um culto, Damares teria afirmado que não vê a interrupção da gravidez como uma questão de saúde pública.

“A questão das mortes com relação ao aborto tem uma relação direita com a pobreza e com a falta de assistência”, rebateu o advogado. “Me preocupa muito não haver uma política de Estado que não possa proteger essas pessoas”.

Ouça a entrevista

Você pode conferir a partir de 1º06’20”

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