novo governo

Onyx Lorenzoni é nomeado ministro extraordinário

Braço direito Jair Bolsonaro, Lorenzoni vai comandar a equipe de transição. Na quarta-feira, ao lado do presidente eleito, faz primeira reunião com Temer

Valter Campanato/Ag. Brasil

Despudoradamente, Lorenzoni assumiu ter recebido R$ 100 mil em caixa dois da JBS

São Paulo – O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) foi nomeado oficialmente esta segunda-feira (5) como ministro extraordinário, responsável pela equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Onyx será também o futuro ministro da Casa Civil do novo governo

O futuro presidente deverá nomear ainda 50 pessoas para compor a equipe de transição, que despacharão na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília. Na quarta-feira (5), Bolsonaro e Lorenzoni se reúnem com o presidente Michel Temer (MDB) e com o atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. 

Além de Lorenzoni, foram anunciados como ministros do novo governo o economista ultraliberal Paulo Guedes, que comandará a nova pasta da Economia, resultado da fusão dos ministérios da Fazenda e Planejamento; o juiz Sérgio Moro comandará a pasta da Justiça com estrutura ampliada, abrangendo a Segurança Pública, a Controladoria-Geral da União (CGU), o Conselho de Controle de Atividade Financeiras (Coaf) e a Secretaria da Transparência e Combate à Corrupção, os dois últimos atualmente ligados ao Ministério da Fazenda; o astronauta Marcos Pontes vai comandar o Ministério da Ciência e Tecnologia e o general Augusto Heleno será ministro da Defesa.

Quem é Onyx Lorenzoni

“Ora, sou um ser humano, portanto, não sou perfeito”, afirmava Lorenzoni, em maio de 2017, quando admitiu ter recebido R$ 100 mil, fruto de corrupção, da JBS, depois de seu nome aparecer na delação dos controladores da empresa, Joesley e Wesley Batista. A declaração foi alvo de críticas, mesmo de apoiadores da extrema-direita de Bolsonaro.

Lorenzoni é ligado a pautas ruralistas e membro da chamada bancada da bala. Apoiou o governo de Michel Temer (MDB), votando a favor de pautas como reforma trabalhista e do Ensino Médio. Começou sua carreira política no Sindicato dos Médicos Veterinários e foi eleito pela primeira vez deputado em 2003, passando pelo PL, PFL e DEM. 

Se nada mudar, agora ele deve trabalhar, a partir de janeiro, no Palácio do Planalto, à frente da Casa Civil, neste que é um dos mais importantes ministérios, responsável por acompanhar as demais pastas, articular relações com o Congresso, coordenar balanços de ações governamentais, auxiliar na tomada de decisões do presidente e nomear e exonerar funcionários.

Antes mesmo da eleição de Bolsonaro, Lorenzoni deu uma declaração de que demitiria 25 mil funcionários comissionados que estariam sob sua alçada. Entretanto, descobriu que existem menos de 23 mil, e reduziu a cifra para 20 mil.

Em 2014, teve sua candidatura financiada pelas duas grandes empresas da indústria armamentista brasileira, a Taurus e a CBC. São empresas que estão vendo suas ações no mercado dispararem com a escalada de Bolsonaro.

Leia também

Últimas notícias