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Leonardo Boff: ‘Vamos voltar para as bases. Sairemos melhores e mais qualificados’

Teólogo Leonardo Boff visitou ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e trouxe o alerta da necessidade da construção de um país menos injusto. 'Vamos tirar boas lições da crise'

reprodução/facebook

‘O problema maior é a injustiça social no Brasil’, disse Boff

São Paulo –  O teólogo Leonardo Boff fez um alerta para os campos políticos populares e de trabalhadores sobre a importância de reavaliar a forma de fazer política. “Temos de ter estratégia, a realidade mudou. Entrou o fator redes sociais em que se pode dizer tudo, mentiras, calúnias e fica por isso mesmo. Temos que nos defender de forma ética”, disse. Boff esteve na tarde de hoje (12) na sede da Polícia Federal do Paraná para visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde o dia 7 de abril. 

“Temos que retomar o trabalho na base, criar escolas de formação política”, afirmou o líder religioso, sobre a importância da construção de um projeto de país que tenha como norte a igualdade. “O problema maior é a injustiça social no Brasil, não falaremos só de desigualdade. Injustiça é um tema ético, um pecado contra Deus”, observou, acrescentando que o entende esse diálogo pela religião. “Não entende muito o discurso intelectual. Temos que mudar nossas formas de comunicação, de linguagem.”

Durante a visita, Boff deixou de presente para Lula 40 exemplares de cordéis. Além de o ex-presidente ser fã do estilo, serviu como símbolo de como atingir o maior número de pessoas com uma linguagem mais popular. “Ele adora cordel. Conheço um grupo que distribui 1 milhão de cordéis por ano. Alguns sobre o Lula. Vamos usar o que o povo faz e entende. Vamos tirar boas lições da crise. Sairemos melhores e mais qualificados com nossas propostas. Nunca vamos abandonar o diálogo”, concluiu.

Nova política

“As eleições futuras vão ser sobre manejo de mídias sociais. Temos de aprender a usar e nos defender (…) Sinto pena de nosso país. O desafio é resistir e não aceitar. Temos de traçar uma linha. O presidente eleito (Jair Bolsonaro) ganhou as eleições de forma fraudulenta, com milhões de notícias falsas. Criaram uma máquina de fake newspor todos os cantos”, reforçou Boff.

Sobre o motivo da prisão, Lula reforça sua inocência. “Disse para que eu repita. Ele pensava que passando a eleição o liberassem, o que não aconteceu. Usam ele como troféu para sustentar as mentiras daquele desenho. Ele sabe que é mentira e eles não sabem como sair disso. Vasculharam todas as contas e não encontraram nada que possam incriminá-lo”, completou.

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