boatos e mentiras

TSE manda Facebook retirar ‘fake news’ contra Haddad

Em decisão, ministro destaca a clara intenção de desvirtuar as concepções do candidato

Ricardo Stuckert

Para TSE, Haddad é vítima de ‘afirmações inverídicas e injuriosas’

São Paulo – O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Sérgio Silveira Banhos determinou na quinta-feira (4) que o Facebook retire do ar vídeos com fake news veiculados contra o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad. Banhos acolheu pedido de advogados, entre eles Eugênio Aragão, pela imediata remoção de conteúdos que afirmam, entre outras mentiras, que Haddad estaria distribuindo mamadeiras em creches com o bico no formato do órgão genital masculino. “O PT e Haddad, Lula, Dilma, só quer isso aqui pros nossos filhos. Isso faz parte do kit gay, invenção de Haddad, viu?”, diz o vídeo.

Banhos também determinou que, em um prazo de 48 horas, o Facebook apresente informações sobre os dados do responsável ou responsáveis pelo perfil “Lourdes Silva” 

Para o ministro do TSE, “a publicação tem a clara intenção de desvirtuar as concepções do candidato representante, disseminando informações manifestamente inverídicas sobre sua atuação perante as creches”.

E que tais afirmações “inverídicas e injuriosas, por si só, autorizam a limitação à livre manifestação do pensamento, com remoção de conteúdo, conforme prevê resolução do TSE nº 23.551/2017, uma vez que configura ofensa à honra e consubstancia agressão e ataque a candidato em sítio da Internet”.

Clique aqui para ler a íntegra da decisão.

WhatsApp

Para o filósofo e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Laymert Garcia dos Santos, o antipetismo que une a mídia ao mercado, e que potencializa o ódio dos seguidores do candidato Jair Bolsonaro (PSL) manifesto na veiculação de fake news em massa, pelas redes sociais e pelo WhatsApp, é comparável à tática utilizada pelos nazistas na década de 1930.

“O uso estratégico do uso do WhatsApp pela turma do Bolsonaro para fake news em massa. Acho isso assustador, porque os nazistas fizeram isso nos anos 30. Eram campanhas de difamação deliberadas, era uma coisa construiída. E agora essa mesma estratégia nessa eleição, que não se faz de um dia para o outro”, compara Laymert.

Na sua avaliação, as mensagens não são aleatórias e nem espontâneas ou caseiras. “Mensagens falsas como as espalhadas sobre o movimento #EleNão, com obscenidades, é possível fazer rapidamente. Mas tem de ter uma estrutura montada, de uma máquina de propaganda mentirosa muito bem azeitada para ir colocando os conteúdos na medida que a situação vai evoluindo. E isso acho que é novo em relação a [eleição de] 2014, que pega uma franja da população pobre, que é atingida dessa maneira, via WhatsApp”.

Leia também

Últimas notícias