Sudeste

No Rio, Haddad explica à população que economia tem de parar de girar para trás

Candidato do PT vai à Fundação Oswaldo Cruz, ao bairro de Campo Grande, e a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, acompanhado do senador Lindbergh Farias, e fala de medidas econômicas

Ricardo Stuckert

“Quando corta direito do povo, consumo cai, não tem investimento e, sem investimento, não tem emprego”

São Paulo – A campanha do candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, investe nesta terça-feira (2) em tentar melhorar o desempenho no estado do Rio de Janeiro. Ele esteve, pela manhã, na Fundação Oswaldo Cruz. Depois, acompanhado do senador Lindbergh Farias, foi ao bairro de Campo Grande (zona oeste da capital) e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Ontem, em Curitiba, Haddad comentou que “a grande dificuldade (da candidatura) é o centro-sul do país” e que é preciso “dar uma arrancada” na reta final. Em Campo Grande, o petista disse que um eventual novo governo petista deve, em primeiro lugar, interromper as reformas do governo Michel Temer.

“Essas reformas são apoiadas por três candidatos: Meirelles, Alckmin e Bolsonaro”, disse. “Elas visam cortar direitos, e agora querem cortar até o 13° e aumentar Imposto de Renda dos mais pobres. A equipe do Bolsonaro vai rever o Bolsa Família.”

O candidato usou um discurso didático para explicar à população as consequências da perda de direitos trabalhistas, fim do 13°, como defendeu o vice de Bolsonaro, Hamilton Mourão (PRTB), e renda em declínio.

“Quanto menos dinheiro o povo tiver no bolso, menos vai comprar. Se você for um microempreendedor ou microempresário, vai ser afetado porque vai ter menos gente na sua loja e no seu carrinho comprando. Quando corta o direito do povo, o consumo cai, não tem investimento e, sem investimento, não tem emprego”, afirmou. O que foi criado no país, segundo ele, é um círculo vicioso. “Assim, a roda da economia gira para trás, e não para a frente.”

Após reverter os retrocessos, disse, as prioridades serão investir em educação e segurança e, no caso do estado do Rio, recuperar o polo naval sucateado pelo governo Temer.

Para a segurança, de acordo com ele, é preciso desenvolver uma política diferente da implementada pelo governo Temer: federalizar parte da segurança para que a PM combata os crimes contra a pessoa. “O Exército é bom para algumas coisas, para outras não está preparado”, afirmou, sobre a intervenção no estado decretada em fevereiro.

Segundo Lindbergh Farias, Haddad foi o ministro que mais construiu escolas técnicas no estado do Rio. O governo tem que possibilitar um futuro pela educação, e não “dando arma na mão do jovem”, disse o senador.

Pesquisa

Na Fundação Oswaldo Cruz, Haddad defendeu investimentos pesados em saúde e pesquisa. Se for eleito, o ex-ministro da Educação se comprometeu a atingir a meta de 6% do PIB em investimento em saúde. Boa parte disso, 2%, em pesquisa.

Explicou que a prioridade se deve ao fato de que verbas direcionadas para pesquisa não significam gasto, mas investimento. “Se você vacina uma pessoa, evita uma doença. Temos que pensar em médio e longo prazo. Para pesquisa não pode faltar dinheiro, (principalmente) na área da saúde. É um equívoco. Você vai acabar gastando mais do que deixando de gastar.”

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