São Paulo – Trabalhadores ligados ao movimento sindical em Minas Gerais estão mobilizados para mostrar os “riscos” pelos quais os serviços públicos no estado passariam caso Antônio Anastasia (PSDB) seja eleito novamente. O tucano foi vice-governador de Aécio Neves em 2006, e assumiu a chefia do Executivo em 2010, quando Aécio deixou o cargo para disputar uma vaga no Senado. Neste mesmo ano, ele foi reeleito e governou até 2014. As informações são do portal da CUT Brasil.

Para Adolfo Garrido, ex-presidente do Sindicato dos Servidores do DEER/MG, o período “aecista” foi “o pior da história para os servidores de Minas Gerais”, afirma. Ele critica, especialmente, o atual candidato tucano. “Quero lembrar aos servidores as mazelas do governo Anastasia. Foi o único que tirou direitos do servidor público.”

Já a diretora executiva licenciada da CUT Beatriz Cerqueira afirma que a campanha do tucano traz promessas que vão no sentido o oposto do realizado por ele quando governador. “Uma mentira repetida muitas vezes ganha um ar de verdade”, afirma, sobre o programa eleitoral do PSDB, que promete pagar piso salarial para professores da rede estadual.

“Acho um absurdo utilizar a educação para fazer um discurso de manipulação. Li com estarrecimento uma matéria que dizia que Anastasia propunha o piso. No dia 2 de dezembro de 2011, foi sancionada uma lei que impunha à rede estadual o subsídio em forma de remuneração em detrimento do piso. Lei enviado pelo governo do PSDB. Nós lutamos pelo piso salarial em greves em 2008, 2010 e 2011. As três greves tiveram como objetivo que o governo cumprisse a lei federal do piso”, explica Bia.

Os retrocessos no serviço público continuam, segundo Garrido. “Ele (Anastasia), para lembrar, acabou com o quinquênio, com as férias prêmio, com o trintenário. Foi o único que tirou direitos. Com os planos de carreira que fez na gestão Aécio, ele prejudicou o aposentado. Não considerou o tempo de serviço para reenquadramento dos servidores. Hoje, o servidor da ativa ganha mais que o dobro do aposentado. Ele criou artifícios para prejudicar os aposentados.”

Em outra medida apontada como cruel, Anastasia desviou R$ 3,6 bilhões do Fundo de Pensão dos Servidores de Minas Gerais (Funpemg), criado por Itamar Franco, para sanear a previdência mineira. Com o desvio, de acordo com o ex-sindicalista, o Funpemg foi extinto. Mesmo assim, o rombo na previdência continua e o problema persiste.