Eleições 2018

Influência dos ‘puxadores de voto’ é reduzida nas eleições de 2018

Mudança na lei feita em 2015 busca brecar importância dos candidatos que 'carregam' outros parlamentares em função de suas grandes votações

Marcello Casal Jr. EBC/Reprodução

Neste pleito, bancada do PT na Câmara dos Deputados poderá ser a maior, de acordo com prognóstico do Diap

São Paulo – Desde as eleições municipais de 2016, o voto em legendas partidárias já não desempenha a influência exercida em pleitos anteriores. A reforma eleitoral aprovada em 2015 – Lei 13.165 – modificou as regras de cálculo dos candidatos eleitos nos pleitos proporcionais, com o objetivo de combater o efeitos dos “puxadores de voto”, parlamentares muito bem votados que acabam “carregando” outros candidatos com votações menos expressivas.

Um exemplo clássico desse tipo de aposta político-partidária ocorreu nas eleições de 2002, quando Enéas Carneiro, do extinto Prona, se elegeu com 1,57 milhão de votos, garantindo vaga para outros cinco parlamentares da legenda. Isso possibilitou que o médico Vanderlei Assis de Souza se tornasse deputado com somente 275 votos.

Com a alteração na regra, agora o candidato terá que ter, no mínimo, 10% do número de votos correspondente ao quociente eleitoral para se eleger. Do contrário, segundo explica o analista político do Diap, Antônio Augusto de Queiroz, na Rádio Brasil Atual, os votos são redistribuídos para outras coligações e legendas. Ou seja, em São Paulo, se o quociente eleitoral ficar entre 280 e 300 mil votos, o candidato para se eleger precisará ter pelo menos 30 mil votos.

O analista político, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas na edição desta quarta-feira (26) do Jornal Brasil Atual, explica que a escolha de deputados e senadores é fundamental por garantir ao presidente eleito a sustentação do governo eleito e, em caso de diferença de projetos, fazer oposição às medidas. Para estas eleições, ele afirma que o prognóstico do Diap aponta o PT como o partido que terá a maior bancada na Câmara dos Deputados. 

Ouça a entrevista completa: