Eleição 2018

‘Nós queremos retomar o Brasil e devolver ao povo’, diz Haddad em São Paulo

Sobre as pesquisas que mostram a ascensão de sua candidatura, ele afirmou: “Isso não é fruto de uma pessoa, de duas pessoas, mas de uma mobilização social que começou com a redemocratização'

Marlene Bergamo/Folhapress

Fernando e Ana Stela Haddad (dir), com Manuela D’Ávila, participam de ato de campanha com intelectuais e cientistas, em São Paulo. ‘Estamos vivendo um momento muito perigoso, em que as instituições estão em risco’

São Paulo – Em discurso no Ato Nacional com Fernando Haddad pela Educação, Ciência & Tecnologia, no Clube Homs, em São Paulo, o candidato do PT à Presidência da República resumiu o objetivo de recuperar o governo do país nas eleições. “Nós queremos retomar o Brasil e devolver ao povo”, disse Haddad. “Eles queriam nos tirar de campo, mas nós vamos entrar em campo, vamos lutar de novo, reconquistar de novo, vamos avançar de novo.”

Ele mencionou a rápida ascensão de sua candidatura nas pesquisas de  intenções de voto lembrando que ela foi oficializada há apenas 13 dias.  Pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira (24) mostrou que Haddad subiu mais três pontos em relação à semana anterior, chegando a 22%, contra 28% de Jair Bolsonaro (PSL).  “Isso não é fruto de uma pessoa, de duas  pessoas, mas de uma mobilização social que começou com a redemocratização. Nós começamos no fim do regime militar”, disse, entre aplausos. “O potencial do Brasil é incrível. Quando você alimenta esse país de esperança, e de alimento também, de oportunidade, o país reage rapidamente. Depois de tantos anos massacrando, a primavera começou de novo.”

Pesquisa

O petista criticou a campanha de seu principal adversário e de seu vice, o general da reserva Antônio Hamilton Mourão (PRTB), como a proposta de Bolsonaro e seu mentor da área econômica, Paulo Guedes, para o sistema tributário. “Temos um dos sistemas mais regressivos do mundo e o sujeito propõe diminuir o imposto do rico e subir o dos pobres.”

Por usa vez, Mourão foi criticado por ter dito que uma criança criada em “famílias lideradas por mães e avós” se torna “presa fácil do narcotráfico”. “A elite parece que perdeu a noção e a condição de se indignar com esse fraseado. Não é possível que o país tenha mudado tanto a ponto de tolerar esse tipo de declaração”, afirmou Haddad.

Embora sua candidatura tenha subido vertiginosamente nas pesquisas, o candidato apregoou que a luta continua todos os dias até 28 de outubro (dia da votação em segundo turno) e voltou a destacar a importância da eleição de 2018. “É muita coisa que está em jogo, não é só uma eleição. Se o país estivesse vivendo na normalidade democrática, perde-se uma, ganha-se outra, é da vida. Mas estamos vivendo um momento muito perigoso, em que as instituições que construímos a duríssimas penas estão em risco.”

Sobre o governo Temer, destacou o fato de um governo sem legitimidade estar desrespeitando a soberania popular e a soberania nacional, inclusive com as medidas adotadas contra empresas nacionais, como Petrobras, Eletrobras e Embraer, “sem ter um único voto”. “É um crime de lesa-pátria.” Ex-ministro da Educação, Haddad disse que a gestão da área durante os governos petistas demonstrou que as teses da elite “estavam completamente equivocadas”.

“Não com essas palavras, mas nos documentos, o Banco Mundial vinha aqui e dizia: ‘País pobre tem que alfabetizar e só, porque vocês estão condenados a produzir matéria prima.’ Eles viam a coisa assim, ‘não tem dinheiro para investir em educação, produzir ciência e conhecimento.’  Fizemos uma coisa que eles achavam inimaginável: não deixar nenhuma etapa do ensino para trás.”

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