#elenão

Ato de mulheres contra Bolsonaro leva multidão às ruas em repúdio ao fascismo

PM estima em 150 mil pessoas no Largo da Batata, em São Paulo, na principal manifestação de repúdio ao programa de governo e à ameaça de volta da ditadura representada pelo candidato da extrema-direita

Danilo Quadros / Mídia Ninja

Largo da Batata foi tomado por manifestantes em apoio às mulheres: 250 mil pessoas, segundo organizadores

São Paulo – As manifestações contra a escalada do ódio e do fascismo convocadas por mulheres ganharam as ruas de mais de 30 cidades no Brasil e de 15 no exterior neste sábado (29). O rechaço ao candidato da direita nas eleições de outubro Jair Bolsonaro (PSL) também reuniu uma multidão por #EleNão em São Paulo, no Largo da Batata, zona oeste da cidade. Por volta de 18h30 a Polícia Militar estimava a concentração em 150 mil pessoas, enquanto os organizadores falaram em 250 mil pessoas, segundo a reportagem da Rádio Brasil Atual

Entre as razões dos atos, está o fato de Bolsonaro pregar a misoginia, a homofobia e ameaçar a democracia, não aceitando o resultado das eleições, caso ele não seja o vencedor.

A empresária Glauce Mendes, 40 anos, integrante do coletivo Mães pela Diversidade, segurava ao lado dos filhos uma faixa com os dizeres “Tire seu ódio do caminho que eu quero passar com meu amor”. “A gente sente na pele o tamanho do ódio”, diz, referindo à onda de preconceito. “O ódio e o prenceito são crueis contra todos, contra a humanidade, e não somente com a comunidade LGTB”, destaca.

“Depois do golpe contra a Dilma Rousseff (PT), muitos valores estão indo por água abaixo. Precisamos nos posicionar sobre o que não queremos para o Brasil de jeito nenhum. Nenhuma ditadura ou coisas que separem as pessoas. Queremos que as pessoas se desenvolvam. Quero pensar por aí. Mais do que direita e esquerda, valores solidários e humanitários”, definiu a artista plástica Sílvia Mecozzi.

Confira a reportagem em vídeo:

 

A curadora e marchand de fotografia Isabel Amado disse estar presente no ato para “lutar pelas conquistas que houve nos últimos 20 anos. É impossível termos um momento de retrocesso. Sou absolutamente contra esse homem que se diz representante do meu país. Ele não me representa, não representa o que conquistei ao longo da minha vida. Sou a favor da liberdade de expressão, por isso estou aqui”.

Diferentes grupos sociais também foram para o Largo da Batata, após o chamado das mulheres. Comunidade LGBTI+, movimento negro, ou simplesmente os que defendem a democracia. O candidato à vice-presidência pela Rede Sustentabilidade, Eduardo Jorge, disse à RBA que este é mais um episódio das dificuldades que o Brasil passa nos últimos tempos (…). “Esse ato é contra um tipo de autoritarismo. Eu sou contra todo tipo de autoritarismo e totalitarismo. Estou nessa.”

A médica Célia Medina, médica, 70 anos, um das líderes do movimento Democracia Corintiana afirmou que o movimento representa um gesto pelo “Brasil que queremos”. “Mais do que corintiana, sou da democracia corintiana que representa uma luta importante dos amantes de futebol e de política que, sobretudo, quer um país melhor. Queremos um país de direitos iguais, justo, sem essa distância enorme de classes. Queremos um país com direitos iguais para homens e mulheres. Um país sem o racismo assombroso do Brasil. O contrário disso tudo está representado pelo coiso, pelo #EleNão.”

Ao fim do evento os manifestantes saírem em marcha em direção à Av. Paulista e percorreram cerca de 6 quilômetros. Chegaram ao destino por volta de 20h. “Foi um ato gigante, demos um enorme passo para lutar contra o Bolsonaro, precisa ser nas ruas, defender nossas ideias. A luta contra o fascismo no país tem rosto de mulher”, disse a jornalista ativista da Mídia Ninja que fez a transmissão da caminhada até a Paulista.

Com reportagem de Cláudia Motta e Paulo Donizetti.

RBA
Bolsonaro prega a misoginia, a homofobia e ameaça a democracia

Leia também

Últimas notícias