Eleição em São Paulo

Marinho ressalta ‘parceria’ com Haddad, e Ana Estela defende as mulheres

Candidato ao governo paulista aposta em planejamento e aproximação com um futuro governo federal para 'recuperar' o estado após 'desmonte' tucano. Ana Estela critica fala de vice de Bolsonaro

Roberto Parizotti/CUT

Marinho: ‘Eles (tucanos) governam este estado há 24 anos. Tiveram tempo suficiente’

São Paulo – Em plenária que reuniu representantes de quatro centrais, principalmente da CUT e da CTB, o candidato do PT ao governo de São Paulo, Luiz Marinho, ressaltou a “parceria” com Fernando Haddad, que disputa a Presidência, para impulsionar a economia paulista em um futuro governo, nos planos estadual e federal. “Vamos gerar de novo a oportunidade que o povo tanto precisa. Vamos planejar este estado”, disse Marinho, quase ao final do evento, na lotada quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, no centro da capital, na noite desta quinta-feira (20).

O evento foi organizado para manifestar apoio às candidaturas Haddad e Marinho, além dos nomes petistas para o Senado por São Paulo, Eduardo Suplicy e Jilmar Tatto. Antes da plenária na quadra, que terminou pouco antes das 21h, militantes e candidatos fizeram passeata durante quase duas horas na região central. Líderes petistas levavam à frente uma faixa pedindo liberdade para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Haddad, que participava de debate no interior de São Paulo, foi representado por sua mulher, Ana Estela, que fez referência ao grupo de mulheres organizado no Facebook contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) e fez referência a declarações do vice Hamilton Mourão (PRTB), para quem famílias mantidas por mães e avós tenderiam a criar “desajustados” sociais.

Ana Estela defendeu a importância de políticas públicas, afirmando que “46% das famílias são chefiadas por mulheres”. Ela também se manifestou pela revogação da Lei 13.467, de “reforma” trabalhista, e da Emenda Constitucional 95, de congelamento de gastos públicos. Última a falar, fez questão de ler carta escrita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dirigida ao general Mourão

Ao lado da candidata a vice-governadora, Ana Bock, Marinho afirmou não ter preocupação com as pesquisas de intenção de voto, que o colocam em quarto lugar na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Ele lembrou que, em 2008, quando concorreu pela primeira vez à prefeitura de São Bernardo do Campo, tinha 3% no início, ante 38% e 26% de seus adversários. Ganhou e foi reeleito. “Tenho certeza, nós estaremos no segundo turno e vamos ganhar estas eleições. Aqui, vamos fazer um governo democrático, participativo e transparente.” Segundo ele, as gestões do PSDB fizeram um desmonte em São Paulo e não solucionaram nenhum “gargalo”. “Eles governam este estado há 24 anos. Tiveram tempo suficiente.”

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, reafirmou a importância de “derrotar o golpe nas urnas”, afirmando que o impeachment visava a tirar direitos dos trabalhadores e enfraquecer as entidades sindicais. Ele reuniu nos palco três ex-presidentes da central: o próprio Marinho, Artur Henrique e o deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho. 

Pela CTB, falou o presidente da entidade, Adilson Araújo. Também discursaram o diretor da Nova Central Nailton Francisco de Souza e o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força Sindical), Jorge Carlos de Morais, o Arakém. “Não é a prisão do companheiro Lula que vai nos calar, nos desunir”, afirmou o dirigente.

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Comando da CUT, com três ex-presidentes: Sérgio Nobre (atual secretário-geral), Marinho, Vicentinho, Vagner Freitas (atual presidente), Douglas Izzo (líder da central em São Paulo) e Artur Henrique<br />

 

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Douglas Izzo, Marinho, Jilmar Tatto e Ana Bock empunham a bandeira em defesa do ex-presidente Lula durante passeata pela região central de São Paulo

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