Eleições 2018

Lula vai entrar com recursos no STF e na ONU por candidatura, diz Haddad

Ao lado da presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, candidato a vice na chapa do ex-presidente anuncia que luta pela candidatura continua e medidas serão adotadas 'a cada etapa, de acordo com fatos novos'

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“Temos até terça-feira da semana que vem para que os pedidos sejam julgados pelo STF” , disse Haddad

São Paulo – Após praticamente o dia inteiro reunido com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Polícia Federal, em Curitiba, nesta segunda-feira (3), o candidato a vice na chapa, Fernando Haddad, anunciou à imprensa que Lula decidiu interpor dois recursos no Supremo Tribunal Federal (STF) e um na Organização das Nações Unidas por seus direitos civis e políticos. Em primeiro lugar, será encaminhada uma petição junto ao Comitê de Direitos Humanos da ONU para que o órgão se manifeste a respeito da decisão “das autoridades eleitorais brasileiras, em relação à determinação de que sua candidatura fosse registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral, que rejeitou o registro em julgamento na sexta-feira (31).

A segunda medida será interpor dois recursos com pedido de liminar no STF, nas esferas criminal e eleitoral, “para que ele tenha o direito de registrar a candidatura no prazo de 10 dias e não haja a necessidade de substituí-lo”, disse o ex-prefeito paulistano e ex-ministro.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de as liminares serem negadas, Haddad disse que o trabalho está sendo feito “a cada etapa, de acordo com os fatos novos”. “Não imaginávamos que o Brasil contrariaria uma determinação de um organismo internacional, um tratado que subscrevemos e foi aprovado no Congresso Nacional. Vamos esperar a reação do Supremo e na sequência damos novos esclarecimentos.”

Segundo ele, o pedido de liminar acompanha os recursos devido ao pouco tempo para o fim do prazo de 10 dias dado pelo TSE ao julgar o registro da candidatura. “Temos até terça-feira da semana que vem para que os pedidos sejam julgados pelo menos liminarmente. Vamos tomar as providências para que o povo possa escolher o próximo presidente.”

Sobre a adequação das propagandas da coligação no horário eleitoral, ele explicou que o prazo para a substituição do material foi “muito exíguo” e foram levadas ao tribunal todas as medidas adotadas no sentido de fazer os ajustes em TV, rádio e internet.

Ao lado da presidenta do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR), ele afirmou que o Estado brasileiro está abandonado, em educação, cultura, patrimônio histórico, assistência social, combate à fome. “Não há um único setor do Estado brasileiro que esteja funcionando bem sob esse condomínio que se instalou no poder depois do impeachment sem crime de responsabilidade, em 2016. Foi um golpe parlamentar e as consequências são notadas por todos. É por essa razão dentre outras que estamos do lado da soberania popular, da defesa que as pessoas possam escolher o próximo presidente da República”, disse.

“As pessoas estão com a vida cada vez mais difícil, as noticias ruins se avolumam. O presidente Lula, a sua coligação e seu plano de governo são o caminho para sair dessa situação”, concluiu Haddad.