Eleições 2018

Em debate, Marinho questiona Doria sobre mandato interrompido

Ex-prefeito paulistano foi alvo em evento organizado pelo SBT, 'Folha' e 'UOL'

Reprodução

Doria diz que fez em um ano e meio o que o PT não fez em quatro. Marinho diz que Doria mente e é movido a marketing

São Paulo – Candidatos ao governo do estado de São Paulo participaram na tarde/noite desta quarta-feira (19) de debate promovido pelo SBT, jornal Folha de S. Paulo e portal UOL. Logo no primeiro bloco, em que os candidatos faziam perguntas entre si, um dos embates aconteceu entre Luiz Marinho (PT) e João Doria (PSDB). O petista questionou se o tucano cumpriria as promessas de campanha, lembrando sua saída precoce da prefeitura de São Paulo. Doria atacou o candidato à Presidência do PT, Fernando Haddad, dizendo que o venceu nas eleições de 2016. Na réplica, Marinho afirmou que o candidato não chegou a cumprir “a sua principal proposta, que era cumprir seu mandato”. 

Rodrigo Tavares (PRTB) praticamente “levantou a bola” para o atual governador, Márcio França (PSB), ao questioná-lo sobre quais suas propostas para criar empregos para a juventude. O pessebista falou de uma de suas vitrines, o projeto do alistamento civil. “Na minha cidade (São Vicente, no litoral sul paulista), (o programa) conseguiu reduzir drasticamente a violência. Ninguém morreu em vários anos. Quando dá oportunidade ao jovem, dá oportunidade para ele sair desse vínculo.”

Doria tentou questionar Paulo Skaf (MDB), mas àquela altura as regras permitiam somente que Marinho e Tavares fossem questionados. O tucano se esquivou de perguntar ao petista e perguntou ao candidato do PRTB sobre segurança pública. Ele defendeu o uso da tecnologia para auxiliar no trabalho da Polícia Militar, sugerindo um “CSI (referência a um seriado de televisão) paulista”.

Questionado por Professora Lisete (Psol) sobre a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) e a intensa mobilização das mulheres contra sua candidatura, Marinho criticou o presidenciável, destacando que ele não representa nenhuma novidade na política. “Está mamando na teta pública há 28 anos. É um desastre para o povo brasileiro. É um total desrespeito esse cidadão.” 

Doações de campanha

No segundo bloco, jornalistas perguntaram a candidatos, e Diogo Pinheiro, do UOL, questionou Doria sobre doações de campanha de empresários, alguns deles que fizeram parcerias com a prefeitura quando o tucano foi prefeito e outros ligados ao Lide, associação de empresários comandada pelo tucano. Ele respondeu que as contribuições estão dentro da lei e se irritou ao ser questionado sobre doação feita em 2014 ao seu adversário de hoje na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes Paulo Skaf. “Fiz contribuição a Paulo Skaf, declarei. E ele declarou também, nenhum problema.”

Outro momento em que Doria se viu em uma encruzilhada foi na pergunta da jornalista Daniela Lima, da Folha. Ela o questionou sobre as razões de o programa de desestatização da prefeitura de São Paulo não ter avançado, se era uma questão de tempo ou de gestão. O tucano respondeu dizendo que não teve tempo para promover o programa. “É preciso ter resiliência e paciência”, afirmou, dizendo-se “um liberal”.

A jornalista lembrou que ele havia abandonado a prefeitura por vontade própria, o que torna a falta de tempo questionável, e perguntou se Doria já havia deixado um projeto de uma empresa privada pela metade. O tucano tergiversou. “Mantenho bons times, é assim que se faz administração privada”, disse.

No terceiro bloco, candidatos voltaram a trocar perguntas. Professora Lisete questionou Doria, referindo-se a ele como “quem abandonou a prefeitura”, e lembrando de promessas de campanha de 2016 não cumpridas, como o programa Corujão da Saúde. “Deixou trabalho pela metade, disse que ia zerar as filas e não cumpriu”, pontuou. O tucano respondeu que Lisete estaria “mal informada”, dizendo que não vai “estimular invasão de propriedade”. “Nem vamos proteger pessoas com ficha suja, vamos fazer aquilo que Psol nunca aprendeu a fazer”, disse. Na réplica, Lisete disse que “quem costuma invadir terreno aqui não é o Psol”, citando episódio em badalada cidade do interior paulista. “Faz muito pouco tempo que o senhor regularizou a situação do seu terreno em Campos do Jordão.”

Doria perguntou a Marinho sobre o caráter “estatista” dele e do PT. Ele rebateu dizendo que “João sem palavra abandonou a cidade”, afirmando que foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, prefeito de São Bernardo e ministro do Trabalho de Lula. “Nós quitamos dívida com FMI, resolvemos desemprego. Criamos estatais para gerar emprego. Não gostamos de privatizar tudo como o PSDB.”

Em resposta a uma pergunta de Marcio França sobre construção de creches, Professora Lisete lembrou do fechamento de salas de aula da gestão de Geraldo Alckmin. “A creche é direito fundamental, mas enquanto fecharmos salas de aula é impossível discutir qualidade de ensino.” O atual governador prometeu que irá valorizar o professor, aliando o ensino médio ao técnico.

 

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