Campo e cidade

CUT e Contag declaram apoio à chapa Haddad/Manuela

'Temos certeza de que eles vão cumprir os compromissos assumidos pelo ex-presidente Lula de, se eleito, rever as medidas que atentam contra os interesses do país e do povo brasileiro', afirma a central

Deva Garcia

A CUT já havia decidido apoiar Lula “por entender que ele representa o projeto de país com justiça, inclusão social e trabalho digno” defendido pela central

São Paulo – A CUT e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) divulgaram manifestações de apoio à chapa, confirmada ontem (11), de Fernando Haddad (PT) e Manuela D´Ávila (PCdoB) para as eleições presidenciais. Para a central, apoiar a coligação, que inclui ainda o Pros, é “levar adiante” o projeto defendido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela própria entidade sindical. “É impedir também a consumação do golpe de Estado iniciado com o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, que seguiu com a retirada de direitos sociais e trabalhistas”, acrescenta.

A central havia decidido apoiar Lula “por entender que ele representa o projeto de país com justiça, inclusão social e trabalho digno” defendido pela CUT. Diante “de todas as violências institucionais do Poder Judiciário” para impedir a candidatura do ex-presidente, a entidade também aprova a decisão de indicar Haddad, até então vice, para a cabeça da chapa.

“Temos certeza de que eles vão cumprir os compromissos assumidos pelo ex-presidente Lula de, se eleito, rever as medidas que atentam contra os interesses do país e do povo brasileiro”, afirma a CUT, que cita itens como privatizações, “reforma” trabalhista e a Emenda Constitucional 95, que congela gastos públicos por 20 anos.

Já a Contag avalia que o programa da coligação “O povo feliz de novo” é o que mais se aproxima do que a entidade e suas filiadas propõe como projeto político, inclusive incorporando algumas propostas apresentadas pela confederação, “integrando a agricultura familiar com políticas para o desenvolvimento contemplando reforma agrária, meio ambiente, políticas sociais, politica agrícola, valorização dos sujeitos do campo, floresta e águas no processo de construção e efetivação do desenvolvimento sustentável”.

Assim, a direção da entidade optou por defender a garantia do direito de o ex-presidente Lula ser candidato por não terem apresentado provas concretas dos crimes a ele atribuídos e por considerar que os governos do PT foram os que mais investiram em políticas e programas de inclusão social, os quais atenderam um considerável contingente de trabalhadores rurais agricultores e agricultoras familiares”. 

“Diversos candidatos e candidatas estão alinhados (as) com a agenda do golpe e seus idealizadores, cujos programas de governo informam a manutenção e até a ampliação da ofensiva contra os direitos da classe trabalhadora, em especial da agricultura familiar”, alerta a Contag.

 

Confira a nota da CUT:

Coerente com a sua história e trajetória, a CUT decidiu na reunião da Direção Nacional, realizada nos dias 28 e 29 de agosto, em Brasília, apoiar a candidatura do ex-presidente Lula à Presidência da República por entender que ele representa o projeto de país com justiça, inclusão social e trabalho digno que a Central defende. Na ocasião, ficou entendido, ainda, que a candidatura Lula e quem ele indicasse para a cabeça de chapa pode derrotar o golpismo que tomou de assalto o país e implementou uma agenda nefasta aos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras e da grande maioria da população brasileira.

Diante de todas as violências institucionais do Poder Judiciário para impedir a candidatura Lula, que desrespeitaram os mais elementares princípios do Estado de Direito e a determinação do Comitê de Direitos Humanos da ONU para que o Estado Brasileiro garantisse o direito de Lula ser candidato, a CUT vai apoiar a decisão do ex-presidente Lula de indicar Fernando Haddad (PT-SP) e a deputada Manuela D’Ávila (PC do B-RS), como candidatos a presidente e vice, respectivamente, na chapa da coligação “O Brasil Feliz de Novo”, composta pelo PT, PC do B e PROS.

Para a CUT, apoiar a coligação “O Brasil Feliz de Novo” é estar do lado de quem pode levar adiante o projeto de país que Lula e a Central defendem. É impedir também a consumação do golpe de Estado iniciado com o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, que seguiu com retirada de direitos sociais e trabalhistas.

O companheiro Haddad e a companheira Manuela têm uma longa trajetória junto ao ex presidente Lula, aos movimentos sociais e sindical, às forças de esquerda e progressistas que os credenciam para assumir o desafio dessa candidatura e ser a voz do Lula e os representantes da classe trabalhadora e dos brasileiros e brasileiras, especialmente os mais pobres, nessa campanha.

Temos certeza de que eles vão cumprir os compromissos assumidos pelo ex-presidente Lula de, se eleito, rever as medidas que atentam contra os interesses do país e do povo brasileiro, como as privatizações, a reforma Trabalhista e o congelamento dos investimentos em saúde e educação por 20 anos, entre outras.

Mais que isso, como Lula faria, vão implementar uma agenda de reformas estruturais que resgate a democracia, um governo participativo, o fortalecimento da soberania nacional, o pleno emprego, a melhoria de renda, as políticas sociais, o crescimento econômico com desenvolvimento sustentável, distribuição de renda e justiça social, que são demandas aprovadas na Plataforma da CUT para as eleições de 2018.

A Executiva Nacional da CUT conclama todos os seus dirigentes e militantes a se engajarem, junto com a grande maioria do povo brasileiro que queria eleger Lula no primeiro turno, segundo as pesquisas de intenção de voto, nessa jornada histórica e decisiva para impedir a consolidação do golpe e eleger Fernando Haddad e Manuela D’Ávila.

Lula é Haddad e Manuela – Haddad e Manuela são Lula

Juntos somos fortes, unidos venceremos!

Executiva Nacional da CUT

 

Leia a resolução da Contag:

RESOLUÇÃO nº 009/2018

Considerando que:

A agenda do golpe implica a crescente perda de direitos e conquistas da Classe Trabalhadora, imposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer e pela ampla maioria conservadora do Congresso Nacional;

A maioria do judiciário brasileiro está desrespeitando princípios constitucionais e decisões da ONU das quais o Brasil é signatário, numa clara perseguição ao ex-presidente Lula, com o propósito de excluí-lo das eleições 2018, pois o mesmo representa a esperança, para a maioria do povo brasileiro, de reverter a perda de direitos conforme atestam todas as pesquisas eleitorais;

Os cortes no orçamento das políticas públicas de desenvolvimento da agricultura familiar, reforma agrária e políticas sociais estão impactando negativamente no acesso a terra, ao crédito, ATER, produção e comercialização, bem como reduzindo a oferta de serviços essenciais como saúde, educação, habitação e segurança para todos os(as) trabalhadores rurais agricultores e agricultoras familiares;

Diversos candidatos e candidatas estão alinhados (as) com a agenda do golpe e seus idealizadores, cujos programas de governo informam a manutenção e até a ampliação da ofensiva contra os direitos da classe trabalhadora, em especial da agricultura familiar;

O programa apresentado pela chapa “O Povo Feliz de Novo” composta pelos partidos PT/PCdoB/PROS com apoio do PSB é quem mais se aproxima do que o Sistema Confederativo CONTAG, historicamente, tem proposto em seu Projeto Político – o PADRSS. Representa alternativa concreta contra a agenda do golpe e que, inclusive, incorporou ao programa de governo sugestões apresentadas pela CONTAG: proposta geral para um novo projeto de Brasil integrando a agricultura familiar com políticas para o desenvolvimento contemplando reforma agrária, meio ambiente, políticas sociais, politica agrícola, valorização dos sujeitos do campo, floresta e águas no processo de construção e efetivação do desenvolvimento sustentável;

Ao longo da análise e do debate do cenário nacional, o Conselho Deliberativo da CONTAG, reafirmando o compromisso histórico do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) na luta pela democracia, justiça, liberdade e pela melhoria da qualidade de vida para nossa categoria, optou por defender a garantia do direito de o ex-presidente Lula ser candidato por não terem apresentado provas concretas dos crimes a ele atribuídos e por considerar que os governos do PT foram os que mais investiram em políticas e programas de inclusão social, os quais atenderam um considerável contingente de trabalhadores rurais agricultores e agricultoras familiares;

A luta do MSTTR não começa nem termina nas eleições. Porém, diante da situação atual da luta de classes, a retomada de um novo ciclo de democracia, justiça social, paz, desenvolvimento, inclusão e recuperação da soberania nacional começa por combater, nas urnas, candidaturas ultraliberais e por investir em lutas e mobilizações visando o pleno restabelecimento da democracia, dos direitos e conquistas.

 A reunião com as Federações neste dia 11 de setembro de 2018, conforme determinação do Conselho Deliberativo da CONTAG de 26.07.2018, frente ao compromisso histórico da CONTAG assumido ao longo dos anos perante a sociedade e, sobretudo, o conjunto da classe trabalhadora, aprova a seguinte resolução:

        I.            Reafirmar o total apoio político, dentro do que prevê a legislação eleitoral, às candidaturas orgânicas ao MSTTR e àquelas comprometidas com o nosso Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS) para as Assembleias Legislativas e o Congresso Nacional;

       II.            Apoio político da CONTAG, já no primeiro turno das eleições, à candidatura de Haddad/Manuela à Presidência da República, respeitando a diversidade de opinião e a legislação eleitoral, por entender que esta candidatura está alinhada com o desenvolvimento sustentável, a soberania nacional, a agenda da classe trabalhadora e da maioria do povo brasileiro e, sobretudo, com a defesa e valorização da agricultura familiar, compromissos estes já assumidos durante as gestões dos governos Lula e Dilma.

 

 

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